"O ano que vem seria uma data especialíssima para fazer (a reforma), porque é o primeiro ano da legislatura, o primeiro ano do governo e é o momento mais oportuno para fazer o plebiscito e, depois, a formatação daquilo que o povo decidisse no Congresso Nacional", disse após discursar na abertura do 3º Encontro Nacional de Estudantes de Direito da Estácio, no Rio de Janeiro.
O vice-presidente propôs que seja banido o voto proporcional e seja adotado o majoritário.
Para Temer, politicamente a adoção do voto majoritário seria extremamente saudável para o sistema. O vice-presidente disse que seria reduzido o número de partidos políticos no País. Para ele, não é possível "conviver com 32 partidos". Temer também disse que o voto majoritário eliminaria as coligações partidárias.
"Se adotássemos o voto majoritário, que enfatiza a ideia do partido político, nós teríamos consequentemente ao longo do tempo, sem nenhuma regra impeditiva ao partidos políticos, a redução desses partidos. E as pessoas poderiam optar melhor.
Ele falou ainda sobre a fixação de um horário eleitoral para divulgação das ideias que seriam pregadas. "Seria um exercício extraordinário da cidadania". Temer disse que o Congresso Nacional seria valorizado, porque seria quem convocaria o plebiscito, quem formalizaria as perguntas - vindas de variados setores - e quem iria formatar a mudança. "Se não conseguirmos ter uma pressão popular, uma pressão popular legítima, dificilmente vamos obter uma reformulação política no nosso País".
O vice-presidente afirmou que o tema da reforma política é recorrente nas campanhas eleitorais, sendo o que "mais se fala" nesses períodos e o "primeiro que se esquece logo depois que todos tomam posse".
Segundo Temer, ainda "há um esforço para realizar a reforma política no Parlamento, mas a verdade é que não se consegue chegar a um ponto comum". Ele afirmou que o debate começa sempre "com muito entusiasmo, mas quando chega ao final não se consegue levá-lo, porque não há uma harmonia de ideias em relação a vários temas". Para Temer, para a reforma política ser realizada é preciso "consultar o povo mediante o plebiscito".
Na opinião do peemedebista, o plebiscito não deve coincidir com eleições, nem municipais nem estaduais ou federais. "A coisa é tão séria que devemos marcar uma data especial só para o plebiscito", afirmou durante seu pronunciamento. A consulta popular seria sobre temas como qual o sistema eleitoral a ser adotado, se a população quer suplentes ou coligações, entre outros. "Enfim, seriam cinco, seis, sete, ou vamos exagerar, dez questões que seriam postas a consulta popular"..