Jornal Estado de Minas

Apesar da troca de nome, Frente de Esquerda está mantida em Minas

Movimento do PSOL, PSTU e PCB continua apesar da substituição de Maria da Consolação por Fidélis Alcântara

Alessandra Mello
A Frente de Esquerda, que vinha sendo ensaiada pelo PSOL, PSTU e PCB em Minas Gerais, sofreu um abalo por causa da troca do nome de Maria da Consolação (PSOL) por Fidélis Alcântara (PSOL) para a disputa pelo governo do estado, mas está mantida.
Não deve contar mais com o PCB, que não concorda com a indicação de Fidélis para a cabeça da chapa. Mas a aliança entre PSOL e PSTU vai ser selada.

A informação é de Pedro Valadares, dirigente do partido no estado e que na eleição passada disputou pelo PSTU uma vaga para o Senado No fim de semana as duas legendas fizeram um encontro conjunto e definiram os nomes para a chapa majoritária. A professora Victória Mello foi indicada para disputa do cargo de vice governadora e o dirigente da Federal Democrática dos Metalúrgicos de Minas Gerais, Geraldo Batata, como pré-candidato ao Senado. A chapa vai ser encabeçada pelo PSOL.

Além disso, também ficou acertado que a frente vai investir na eleição de representantes para a Câmara dos Deputados e Assembleia Legislativa. Vanessa Portugal (PSTU ) vai disputar uma vaga na Assembleia e Maria da Consolação vai concorrer a deputada federal. Na última pesquisa para as eleições em Minas Gerais, as duas apareceram com 2% cada nas intenções de voto. É a primeira vez que as duas, que sempre disputam cargos majoritários, se aventuram em uma eleição para o parlamento.

Em Minas, os dois partidos não têm assento em nenhuma das casas legislativas.
O PSTU tem apenas dois vereadores em todo o Brasil, Amanda Gurgel, em Natal (RN), e Cleber Rabelo, em Belém (PA) , e nenhum prefeito ou governador. O PSOL tem três deputados federais, seis estaduais, 49 vereadores e um prefeito. De acordo com Pedro Valadares, o PSTU, que nunca priorizou as disputas proporcionais (deputado e vereador), resolveu mudar de tática para tentar ocupar o vácuo deixado, segundo ele, pelo PT. “Com a chegada do PT ao poder a esquerda ficou sem representantes no Legislativo e há um desejo muito forte para que esse espaço volte a ser ocupado”, explica.

Pedro Valadares afirma que, apesar da reviravolta dentro do PSOL, o partido decidiu manter a aliança, que foi feita em 2012 e deu certo em algumas cidades. “Teve um abalo, pois sempre tratamos com a ideia de que a candidata seria a Consolação, mas superamos esse processo e vamos fechar a aliança”. Segundo ele, o PSOL informou que não abre mão da cabeça de chapa. O partido precisa de um nome para o governo do estado para alavancar a candidatura do senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) a presidente. Em nível nacional, PSOL e PSTU também discutem a possibilidade de uma aliança em torno da disputa pelo Palácio do Planalto e existe até mesmo a possibilidade de o PSTU indicar seu presidente, o metalúrgico Zé Maria, para ser o vice de Randolfe.

O PCB deve lançar o professor e historiador Túlio Lopes como o candidato ao governo. O nome para o Senado será o também professor Pablo Lima. “A gente vinha construindo uma chapa conjuntamente e não aceitamos a imposição de um nome, por isso rompemos”.

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