O discurso de austeridade por meio do corte de terceirizados e de comissionados, repetido várias vezes pelo líder do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), não tem surtido qualquer efeito na prática. Ao contrário do prometido, o número de apadrinhados cresceu nos últimos oito meses. Em setembro de 2013, o Correio mostrou que eles já eram maioria: 3.228 ante 3.037 efetivos. De lá para cá o total de comissionados cresceu, foi
para 3.252, enquanto o de efetivos caiu para 2.962. O predomínio dos cargos ocupados por pessoas que não prestaram concurso também ocorre na outra Casa Legislativa: na Câmara há 11.817 postos sem vínculo — de secretariado e de natureza especial — e 3.344 servidores.“O Congresso está indo na contramão do que seria uma administração moderna. O que se pretende numa gestão de pessoal é um efetivo estável, concursado, treinado e motivado”, reclamou o fundador da Associação Contas Abertas, Gil Castello Branco.
Em fevereiro do ano passado, o presidente do Senado reafirmou a proposta que havia feito no discurso de posse e prometeu uma redução de 25% dos cargos comissionados, uma economia, segundo ele, de R$ 26 milhões. Só nos cinco primeiros meses deste ano a Casa gastou R$ 149,2 milhões com esses funcionários.