Suspeito de participação em um esquema de corrupção de agentes públicos para a concessão de alvarás, investigado pela Polícia Civil do Distrito Federal (DF) na Operação Átrio, o empresário e ex-vice-governador do DF Paulo Octavio (PP) teve o pedido de prisão preventiva decretado nessa segunda-feira. Ele foi preso à noite, quando deixava o escritório, localizado no centro de Brasília.
Para Freiria, o pedido de prisão é “esdrúxulo” e foi expedido sem os motivos que o justificaram. “Ainda ontem, protocolamos um habeas corpus no plantão judicial, questionando a decretação da prisão e a forma. O que chamou a atenção foi que o pedido de prisão veio desacompanhado da decisão de decretação de prisão. Isso inviabiliza a defesa na tentativa de impugnar, com um habeas corpus, a prisão. Isso seria uma forma de tentar cercear o direito de defesa e dificultar o trabalho dos advogados”, disse o Freiria à Agência Brasil.
Deflagrada em novembro do ano passado, a Operação Átrio desvendou um esquema de pagamento de propina para a liberação de alvarás. Na ocasião, a Justiça autorizou a prisão temporária dos administradores das regiões administrativas do DF de Águas Claras, Carlos Sidney de Oliveira, e de Taguatinga, Carlos Alberto Jales.
Paulo Octavio, segundo a Polícia Civil, teria pago propina para conseguir liberar alvarás para seus empreendimentos. O advogado do ex-vice-governador, no entanto, disse que Paulo Octavio sempre colaborou com as investigações e não haveria motivo para a prisão.
“Essa prisão é despropositada. O inquérito transcorreu com tranqüilidade, o Paulo Octavio esteve à disposição do Ministério Público, da Justiça e vem a prisão agora. A defesa está segura de que a prisão é despropositada e irrazoável”.
Além de suspeito de participação no esquema investigado pela Operação Átrio, Paulo Octavio é réu no processo relativo ao chamado mensalão do DEM, que levou à prisão o ex-governador José Roberto Arruda. O esquema consistia no pagamento de mesada a distritais da base aliada durante o governo de José Roberto Arruda.