A CPI mista da Petrobras abriu na tarde desta terça-feira a reunião para votar o plano de trabalho proposto nesta segunda-feira, pelo relator da comissão, deputado Marco Maia (PT-RS). O colegiado deve convocar prioritariamente o ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, o doleiro Alberto Youssef e o também ex-diretor Nestor Cerveró.
Paulo Roberto foi preso por tentativa de obstrução das investigações da Operação Lava Jato, deflagrada pela Polícia Federal, e solto recentemente por decisão do Supremo Tribunal Federal. Alberto Youssef continua preso.
Nestor Cerveró foi o responsável pelo resumo executivo que levou a presidente Dilma Rousseff, quando presidia o conselho de administração da Petrobras, a aprovar a compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA). Em nota ao jornal O Estado de S. Paulo, Dilma disse que o resumo de Cerveró era incompleto e, se tivesse tido acesso a todas as cláusulas, não teria aprovado a operação.
O relator apresentou uma lista de 221 requerimentos para serem aprovados em bloco, entre convocações, quebras de sigilo e acesso a informações. Ele ressalvou que seu plano de trabalho é uma referência, mas não é "conclusivo", podendo ser alterado ao longo das investigações. Até o momento, a comissão já recebeu mais de 600 requerimentos. Foi o presidente da CPMI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), que também preside a CPI do Senado, quem anunciou ter concedido vista coletiva aos parlamentares do plano de trabalho apresentado.
Numa repetição da CPI exclusiva da Petrobras, Marco Maia quer investigar os quatro eixos: a refinaria de Pasadena, as denúncias de pagamento de propina pela SBM, as plataformas e as obras da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, e outras.
Na sessão de ontem da CPI mista, o relator disse que seria melhor ouvir depois o ex-presidente da Petrobras Sérgio Gabrielli e da atual presidente da estatal, Maria das Graças Foster. Segundo ele, os dois já depuseram outras vezes tanto na CPI exclusiva do Senado como em comissões temáticas da Câmara e do Senado. A oposição e integrantes da base aliada, como o peemedebista Lúcio Vieira Lima (BA), disseram não ver problemas em aprovar a convocação dos dois logo.
Os oposicionistas também protestaram contra a inclusão na CPI mista de fatos que envolvem o governo Fernando Henrique Cardoso e do socialista e ex-governador Eduardo Campos, provável adversário de Dilma Rousseff em outubro.