O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira um parecer preliminar, por quebra de decoro parlamentar, contra o deputado Luiz Argôlo (SDD-BA), citado na Operação Lava Jato da Polícia Federal por seu envolvimento com o doleiro Alberto Youssef. A investigação da PF apura um esquema de lavagem de dinheiro que pode alcançar R$ 10 bilhões.
A votação preliminar desta terça-feira estabelece que há indícios suficientes para levar a investigação adiante no colegiado. No parecer, o deputado Marcos Rogério (PDT-RO) cita "fortes evidências de que o deputado Luiz Argôlo está envolvido com o doleiro Alberto Youssef e dele recebeu elevadas quantias de dinheiro". São mencionadas também mensagens interceptadas entre Argôlo e Youssef que "mostram que o doleiro, atualmente preso na carceragem da Polícia Federal do Paraná, pagou contas do deputado representado".
O relator do processo também apontou que Youssef teria transferido R$ 120 mil ao chefe de gabinete de Argôlo, Vanilton Bezerra. "As condutas, em tese, configuram ato atentatório ao decoro parlamentar e há indícios suficientes de materialidade e autoria", escreve Rogério no relatório. Este não é o único processo que corre contra Argôlo no Conselho de Ética. Há uma representação por quebra de decoro parlamentar enviada pela Mesa Diretora da Casa que tramita em estágio mais avançado, por ser desnecessária a análise da sua admissibilidade.
O presidente do colegiado, deputado Ricardo Izar (PSD-SP), informou que Argôlo foi notificado hoje deste processo e deverá apresentar sua defesa escrita dentro de um prazo de 10 dias úteis. Com a votação de hoje, Argôlo será notificado novamente. Embora as duas representações tratem do mesmo tema, eles tramitarão de forma independente e obedecerão a ritos distintos.