Brasília, 05 - As duas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) da Petrobras em funcionamento no Congresso tomarão dois importantes depoimentos na próxima semana. Na terça-feira, 10, a CPI exclusiva do Senado, controlada pela base aliada, ouvirá o ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, que foi preso acusado de ter destruído provas durante as investigações da Operação Lava Jato, deflagrada pela Polícia Federal (PF), e solto há duas semanas, após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
No dia seguinte, 11, a CPI Mista da Petrobras colherá o depoimento da presidente da estatal, Maria das Graças Foster. Na CPI Mista, os governistas não contam com uma maioria sólida, uma vez que deputados da base, menos fiéis ao Palácio do Planalto, fazem parte dela.
É a quarta vez que Graça vai ao Legislativo desde a eclosão das denúncias que envolvem a empresa. O presidente das duas comissões, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), negou que tenha sido firmado um acordo para não ouvir na Mista, por ora, autoridades que já tenham comparecido ao Parlamento.
"Muito pelo contrário, a Graça e outros tantos, nós aprovamos mais de 200 requerimentos, e a Graça e os outros dirigentes da Petrobras deverão ser ouvidos", disse. De acordo com Vital, o "pontapé" da CPI Mista não poderia começar sem o testemunho da presidente da Petrobras.
"A vinda dela se justifica de todas as formas. Eu, na condição de presidente, não posso emitir nenhum juízo de valor sobre o que ela vai dizer ou não para esclarecer a matéria. A Petrobras está colaborando, tem feito as investigações internas", afirmou. "A presidente Graça Foster tem se mostrado ativa no sentido de colaborar com as investigações", completou. Ele disse que conversará com os líderes partidários na próxima semana para decidir se realizará um "calendário especial" de reuniões das comissões durante o período de Copa do Mundo.