Segundo Lula, um ex-presidente tem que se comportar melhor do que um vaso chinês, e não pode ser tão grande a ponto de incomodar aquele que o sucede. "Eu tomei uma decisão de que um ex-presidente, se não puder contribuir, também não deve atrapalhar quem não está governando", explicou, acrescentando que, na condição de ex-presidente, só se deve dar conselhos "quando solicitado".
Durante o seu discurso na capital gaúcha, que durou uma hora e meia, Lula exaltou as conquistas sociais do PT no governo federal e criticou aqueles que não reconhecem os avanços do Brasil nos últimos anos. "Quando ouço que alguém fala que não está vindo investimento para o Brasil, que está faltando confiança para o mercado, penso com que base alguém fala uma canalhice dessas", disse.
Segundo ele, no ano passado o Brasil recebeu US$ 64 bilhões em investimento estrangeiro direto, atrás apenas de países como China, Rússia e Estados Unidos. De acordo com Lula, o problema é que o Brasil cresceu e virou um "ator global", o que incomoda a "concorrência". "Precisamos viajar para falar bem do Brasil, já disse isso para (a presidente) Dilma e para o (ministro da Fazenda) Guido Mantega."
Lula também afirmou que a crise internacional afetou o Brasil e diminuiu os fluxos comerciais, entre outros motivos, porque o País ainda sofre de um complexo de inferioridade. "O Brasil não sabe agir como país grande. Não nos comportamos como país doador, não sim como país receptor", disse.