Jornal Estado de Minas

Tucanos condenam visita de Dilma a BH

PSDB afirma que Dilma engana os mineiros ao anunciar obras com recursos federais que, no entanto, segundo o partido, são apenas empréstimos que a prefeitura terá de pagar

Ana Clara Brant
Segundo o PSDB, BRT foi feito com recursos da PBH e do governo de MG - Foto: Jaurez Rodrigues/EM/D.A Press

O PSDB de Minas criticou nesse domingo a visita da presidente Dilma Rousseff a Belo Horizonte, a oitava a Minas este ano. De acordo com o partido, as obras inauguradas ou anunciadas pela presidente na mobilidade urbana não têm investimentos do governo federal, ao contrário do que ela (Dilma) tem dado a entender em suas viagens ao estado. Segundo nota divulgada pela legenda em seu site, a governante esteve na cidade para “mais uma vez tentar fazer os mineiros de bobos, ao propagar que é a responsável pelas obras de mobilidade urbana na capital. Na verdade, essas obras estão sendo feitas com recursos próprios da Prefeitura de Belo Horizonte e do governo do estado. Os valores que a presidente diz que direciona para as obras vêm da Caixa Econômica Federal, na forma de empréstimos, que deverão ser quitados pela prefeitura municipal, com juros.”

A nota tucana assegura que as provas dessa ‘denúncia’ podem ser encontradas no documento “Termo Aditivo à Matriz de Responsabilidade” assinado entre o governo federal, o governo de Minas e a Prefeitura de Belo Horizonte. O PSDB acrescenta que esse documento ‘desmascara’ de vez a tentativa do governo federal de apropriar-se de iniciativas alheias. “Ali está claro que, nas obras de mobilidade urbana, como os BRTs, trata-se apenas de dinheiro emprestado pela Caixa, que obviamente receberá de volta cada centavo investido. É completamente diferente da contribuição do governo de Minas e da Prefeitura de Belo Horizonte, cujos recursos são a fundo perdido, caracterizando investimento.
Em outros estados, Dilma destinou recursos a fundo perdido. Para Minas, apenas empréstimos.”

Segundo o partido, a presidente tenta enganar os mineiros também através da propaganda do governo federal e cita uma ‘milionária campanha publicitária na TV’, com um vídeo mostrando obras de infraestrutura em Minas Gerais, como os BRTs nas avenidas Antônio Carlos e Cristiano Machado, na área central e na Pedro I, por exemplo, mesmo que não haja investimento do governo federal neles.

Contra-ataque

O governo de Minas também teve uma reação forte ao discurso da presidente em Belo Horizonte. Em nota distribuída na noite de ontem, rechaçou com veemência o que chamou de “tentativa do governo federal de transferir para o estado a responsabilidade pela não realização de obras de exclusiva responsabilidade da União no estado, como o metrô e o anel rodoviário”. Segundo a nota, o governo mineiro tem cumprido os seus compromissos em relação a essas obras, enquanto o mesmo não ocorre com o governo federal. “Diante da constatação de que o governo federal, em todo esse período, não havia realizado sequer os projetos necessários para a execução das obras, o governo estadual se ofereceu para realizá-los, na expectativa de que, vencida essa etapa, o governo federal cumprisse, ainda que com injustificável atraso, o compromisso publicamente assumido com os mineiros há mais de um década. Os projetos foram feitos e entregues ao governo federal dentro do prazo acordado.” E conclui: “ O governo de Minas lamenta que, ao invés de cumprir a sua parte, ou seja, aprovar os projetos e transferir os recursos para a realização das licitações das obras do metrô e do anel rodoviário de Belo Horizonte, o governo federal tente se eximir mais uma vez de sua responsabilidade.”.