Jornal Estado de Minas

"Aécio tem maioria no PP", afirma governador de Minas

Para o governador Alberto Pinto Coelho, tese de apoio a Aécio Neves pode sair vitoriosa na convenção do PP

Bertha Maakaroun - enviada especial
"A bancada do PP tem 40 deputados federais e cinco senadores. Temos 22 deputados federais e dois senadores que apoiam Aécio Neves", garante o governador - Foto: Beto Novaes/EM/D.A Pres
A convenção nacional do PP para a definição da posição política do partido nas eleições presidenciais, no próximo 25, terá, pela primeira vez na história da legenda, disputa interna – diferentemente de 2006 e de 2010, quando o partido decidiu em consenso não apoiar formalmente nenhum candidato ao Palácio do Planalto, deixando as lideranças regionais firmarem coligações de acordo com a conveniência política local. A afirmação é do governador Alberto Pinto Coelho, presidente estadual do PP, que, apesar da defesa do presidente nacional do partido, senador Ciro Nogueira (PI), de apoio à reeleição de Dilma Rousseff (PT), irá colocar em votação a tese de apoio à candidatura do senador Aécio Neves (PSDB). “O fórum adequado para a decisão partidária é a convenção nacional. E a nossa tese tem a maioria no partido. Dos 40 deputados federais, 22 apoiam Aécio Neves e um, Eduardo Campos (PSB). Vamos para a disputa na convenção”, avisa Alberto Pinto Coelho.

O presidente nacional do PP, Ciro Nogueira, reafirma que o partido apoiará a reeleição de Dilma Rousseff (PT). Qual será a posição do PP de Minas na convenção da legenda em 25 de junho?
Respeitamos o direito do presidente do partido de se pronunciar e se manifestar. Mas existe a convenção, que é o fórum adequado para a decisão partidária.
Estamos trabalhando, conversando e temos a posição de vários estados que apoiam a candidatura do senador Aécio Neves. Dois deles, o Rio Grande do Sul e o Amazonas, com duas candidatas ao governo pelo PP, a senadora Ana Amélia e a deputada Rebecca Garcia.

Quais são as bancadas que apoiam a sua tese?

A bancada do PP tem 40 deputados federais e cinco senadores. Temos 22 deputados federais e dois senadores que apoiam a Aécio Neves. E em Alagoas, onde o senador Benedito Lira (PP) é candidato ao governo em composição com o PSB, o deputado Arthur Lira (PP) está com Eduardo Campos. Na minha contabilidade, temos no Rio Grande do Sul seis deputados e uma senadora, em Minas Gerais, quatro deputados, em Santa Catarina, três, e no Rio, outros três deputados, além de um senador. Em Goiás, onde a chapa majoritária é encabeçada pelo PSDB com o PP de vice, temos dois deputados federais. No Amazonas, uma deputada, no Paraná, dois deputados e no Acre, um. Ao todo, são 22 deputados com Aécio e um com Eduardo Campos. São só 17 com a tese de Ciro Nogueira.

O PP está na base do governo Dilma Rousseff (PT), inclusive com o Ministério das Cidades…

Vivemos o presidencialismo de coalizão. Isso se repete sucessivamente pelo processo político existente no país para adquirir a chamada governabilidade. Mas o compromisso se acaba com o encerramento do governo. Neste momento, em que se deflagra um horizonte a partir de 2014, vários partidos vão se reposicionar dentro de suas realidades nacionais e considerando os estados. Todos advogamos o aprimoramento desta realidade.
Mas sabemos que qualquer governo que seja vitorioso precisa fazer a maioria no Congresso. O que assegura aos partidos médios e grandes naturalmente uma liberdade grande, pois amanhã, se o seu candidato não tiver êxito, serão chamados para compor a governabilidade. E isso é o que acontece com o PP. Nas duas últimas eleições nacionais, o PP ficou neutro.

O que pretendem fazer na convenção no dia 25?

Levaremos a posição de apoiar o senador Aécio Neves (PSDB). Caberá à Executiva dois caminhos: ou atender à maioria ou prevalecer o princípio da unidade partidária, não haver a coligação nacional, manter a neutralidade, e cada estado conduz o processo dentro de sua realidade. Essa regência levou em outras oportunidades o partido a não se dividir. Mas a posição de Minas Gerais, da bancada e do governador é de apoio ao senador Aécio Neves.

Essa maioria de deputados que apoiam a candidatura de Aécio Neves tem votos na convenção para derrotar a tese de apoio à reeleição de Dilma Rousseff?
Há uma proporcionalidade na formação do diretório nacional que reflete a dimensão do partido em seus estados. Os delegados são indicados pelos deputados. As bancadas estão arregimentando. Há vinculação estreita entre delegados, parlamentares e senadores.
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