Brasília - A presidente do Chile, Michelle Bachelet, foi recebida na manhã desta quinta-feira pela presidente Dilma Rousseff, na sua primeira visita ao Brasil desde que tomou posse, em março deste ano. Em uma visita-relâmpago, as duas presidentes assinam um acordo de troca de informações e documentos sobre os respectivos
períodos de ditadura e a cooperação dos militares durante a época de exceção. Um outro acordo, esse entre a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a presidente da Sociedade de Fomento Fabril chilena, para desenvolver projetos de diversificação das relações comerciais.Bachelet chegou a Palácio do Planalto com 10 minutos de atraso e foi recebida na rampa pela presidente Dilma. As duas estão em um encontro privado e, em seguida, terão um outro, ampliado, com seus ministros. Não há previsão de declarações à imprensa, já que o encontro será curto. Às 10h20, está prevista a partida das duas presidentes para São Paulo, em seus respectivos aviões. Na capital paulista, Dilma oferece a Bachelet e a outros 10 chefes de Estado um almoço no hotel Marriot, antes de seguirem todos para a Arena Corinthians, onde participam da cerimônia da abertura da Copa do Mundo e assistem ao jogo Brasil x Croácia. Na noite de hoje, Bachelet dorme em Cuiabá, onde na sexta-feira, 13, assiste ao jogo Chile e Austrália, às 18h, na Arena Pantanal.
Bachelet remarcou por duas vezes a visita ao Brasil, mas sua vinda ainda este semestre já estava acertada desde o encontro entre as duas presidentes em março, durante a posse em Viña del Mar (Chile). Em seguida, o chanceler chileno, Eladio Loizaga, em passagem por Brasília, confirmou a visita e a assinatura do intercâmbio de informações sobre a ditadura, nos mesmos moldes em que o Brasil já tem com a Argentina e o Uruguai. Na época, o chanceler confirmou a cooperação entre militares brasileiros e chilenos logo depois da queda de Salvador Allende. Informações coletadas pela Comissão da Verdade mostram que militares brasileiros estavam em Santiago nos primeiros dias do golpe militar.
Com a assinatura do acordo, o Chile promete franquear ao Brasil todos os documentos classificados sobre o período. Da mesma forma, o governo brasileiro irá permitir o acesso ao governo chileno a todos os documentos relacionados à cooperação entre as duas ditaduras.