"Não é estranho que a quatro meses da eleição saia um decreto tentando passar a ideia de que vai ter a participação da sociedade, num governo que tem pouca aptidão ao diálogo?", questionou o candidato.
Aos jornalistas, Campos disse que o seu partido ainda está fazendo um debate interno sobre o assunto, mas que considera curioso o governo criar novos conselhos, quando a atual política é da desconstrução desses grupos de participação popular.
"Na verdade, 12 anos é um prazo bastante longo para a gente ver que tem que aperfeiçoar a participação da sociedade, sobretudo num governo que desmonta os conselhos", disse Campos, mencionando como exemplo o Conselho Nacional de Política Energética. "Veja quantas vezes ele se reuniu", emendou.
De acordo com Campos, falta coerência entre a palavra, a atitude e os gestos da presidente Dilma Rousseff. "Essa palavra e esse decreto não têm nada a ver com o que o governo pratica no dia a dia. É um governo fechado, que não tem as portas abertas para o diálogo", comentou.
Segundo Campos, no encontro de aproximadamente uma hora com os dirigentes da CNBB, a conversa se baseou em temas sociais como saúde, saneamento básico, reforma agrária, a questão indígena e a reforma política. "Há uma grande preocupação (da CNBB) com a melhora do padrão político no Brasil", afirmou. Segundo o pré-candidato, o tema aborto não entrou na pauta das discussões.
"O Brasil mudou de 2010 para cá e mudou para pior", disse o candidato, destacando os problemas econômicos como a volta da inflação, a crise do setor energético como os principais pontos de piora no cenário brasileiro. "Essa eleição é o debate de um final de um ciclo", resumiu.
Questionado sobre o palanque eleitoral de São Paulo, Campos disse que o apoio do PSB no Estado ainda está sendo discutido e que prefere aguardar a convenção marcada para o dia 21 de junho.