Mais de mil pessoas participaram do protesto no Centro, pela manhã, e outras 800 em Copacabana, à tarde, próximo à Fan Fest da Fifa. O de mais cedo foi marcado pela manhã justamente porque os participantes não escondiam a vontade de ver a estreia do Brasil. "Não é contra a Copa que estamos protestando, mas contra a forma como as coisas aconteceram. Queremos mais verbas para as questões sociais, como educação", disse o historiador Arthur Gibson, do Conlutas.
O deputado federal Chico Alencar (Psol-RJ) também participou do protesto e confirmou que pretendia assistir ao jogo e, por isso, não participaria da manifestação marcada para mais tarde. Ele chegou a conversar com PMs para pedir que não houvesse repressão ao protesto, que correu pacificamente.
Nos Arcos da Lapa, quando grande parte dos manifestantes já havia ido embora, houve início de confusão entre PMs e um grupo de ativistas. Um deles foi agarrado pelo pescoço e detido. Depois, uma ativista jogou uma latinha de cerveja nos PMs e também foi detida. Noutro ponto, mais um manifestante foi preso. O grupo então se manifestou e muitos partiram para Copacabana e o protesto da tarde.
Logo na concentração do segundo ato, um manifestante foi preso acusado de xingar um PM. Concentrados desde as 15h30 em frente à estação de metrô Cardeal Arcoverde, em Copacabana, o grupo chegou à av. Atlântica (orla, local da festa da Fifa) 10 minutos antes do início do jogo. Faixas contra a Fifa dominavam o ato: "Fifa go home!" era a principal delas.
No instante do gol da Croácia, o grupo - majoritariamente de preto - comemorou e correu na direção de torcedores com camisetas amarelas, abrindo um buraco na multidão. Um torcedor de camisa azul da seleção agrediu um manifestante e foi contido por outros dois torcedores.
No início da noite, quando a maioria dos manifestantes já tinha ido embora, um pequeno grupo fez um protesto embaixo do Centro Aberto de Mídia, nas imediações do Forte de Copacabana. Policiais do Batalhão de Choque tentaram dispersar o grupo e houve um princípio de confusão e detenções.
Um homem que segurava um coco foi perseguido na areia, espancado e preso por policiais. No tumulto, um manifestante ficou ferido na cabeça e um PM foi atingido também na cabeça por uma garrafa. Em seguida, outro manifestante foi detido na avenida Atlântica depois de chutar uma lata de lixo que já havia sido revirada na chão. No bar Sindicato do Chope, situado na avenida Atlântica, uma mulher que bebia em uma mesa no calçadão agrediu uma manifestante anti-Copa e foi levada para a delegacia após o tumulto..