Jornal Estado de Minas

PT e PMDB confirmam união em MG e rebatem críticas tucanas

Mineiros repetem união nacional com lançamento de Fernando Pimentel (PT) para governo e Antônio Andrade (PMDB) como vice. Discursos foram marcados por críticas à gestão tucana

Alessandra Mello
Chapa encabeçada por Fernando Pimentel recebeu 346 votos e o apoio do PRB e do PROS em evento na Assembleia Legislativa de Minas - Foto: Crisitina Horta/EM/D.A Press

PT e PMDB selaram oficialmente a coligação para a disputa pelo governo de Minas Gerais. As duas legendas vão repetir em Minas a dobradinha da campanha presidencial, mas sem a divisão registrada na convenção nacional, onde a aliança foi rejeitada por 40% dos delegados. Ontem, a candidatura de Fernando Pimentel (PT), tendo como candidato a vice o deputado federal Antônio Andrade (PMDB), foi aprovada com 346 votos. Foram registrados ainda 18 votos nulos e 11 em branco. Os peemedebistas também indicaram como candidato a senador o empresário Josué Gomes, filho do ex-vice-presidente José Alencar. Além do PMDB, PRB e PROS confirmaram a aliança com o PT, batizada de Minas para você, que vai contar ainda com o apoio do PCdoB, cuja convenção está marcada para o próximo dia 21.

Durante o evento que reuniu as duas legendas, Pimentel aproveitou para criticar o ex-governador e principal adversário da presidente Dilma Rousseff na disputa pelo Palácio do Planalto, o senador Aécio Neves (PSDB), e atacar a gestão do tucano à frente do estado. Segundo Pimentel, um dos problemas sérios enfrentados por Minas Gerais “é a falta de um modelo de desenvolvimento econômico e social”.
“Ao contrário do Brasil, que tem um modelo de crescimento baseado na expansão do consumo da baixa renda e crescimento da classe média a partir da inclusão social que foi produzida pelos governos do presidente Lula e da presidente Dilma, Minas não tem modelo nenhum”. Segundo ele, Minas vive uma economia do século 19.

Os tucanos comandaram Minas de 2003 até abril deste ano, quando o governo foi assumido por Alberto Pinto Coelho (PP), depois que o ex-governador Antonio Anastasia (PSDB) deixou o cargo para disputar o Senado. “Há 12 anos o governo que está aí não apresentou, não construiu com os mineiros um projeto de desenvolvimento econômico. Estar constatando isso ao visitarmos as regiões do estado. Uma das coisas que vamos apresentar para escolha dos mineiros e das mineiras é um modelo de crescimento econômico para Minas Gerais. Hoje ele não existe”, afirmou Pimentel.

 O candidato também criticou a ação da Polícia Militar em Belo Horizonte no dia da abertura da Copa do Mundo, que não conseguir evitar que um pequeno grupo de pessoas depredassem prédios públicos, bancos e uma viatura policial. “Que gestão é essa que quando você pede segurança, o que assistimos é à Policia Militar mineira, de grandes tradições que todos respeitam e admiram, ser humilhada nas ruas por um bando de desordeiros? Onde é que está a autoridade pública nesse estado para fazer valer a lei e a ordem na hora em que o povo precisa?”

Ele também rebateu críticas feitas por Aécio Neves de que, apesar de os maiores partidos da base do governo federal terem confirmado a aliança com o PT, os militantes dessas legendas não estarão com as candidaturas petistas. “Vão ver o exemplo da militância do conjunto dos partidos aliados. Essa questão quem vai mostrar é a campanha. E vamos esperar as urnas falarem. Elas falam mais alto que o senador”, disse o petista, repetindo declaração que tem feito nas últimas semanas de que “Minas não tem dono”.


Josué Gomes também disparou contra o governo do estado. O alvo foram os serviços públicos. Segundo ele, os servidores estão desmotivados e o resultado é queda na qualidade do serviço prestado. “Ninguém consegue ter uma empresa vitoriosa que não tenha uma equipe muito engajada, motivada, competente, trabalhadora e que veste a camisa da empresa. Acho que na administração pública deveria ser o mesmo. É uma pena ver o estado de Minas Gerais com um funcionalismo tão desmotivado. Se não quiser prestar bons serviços públicos, a melhor forma é desmotivar o funcionalismo”..