Daniela Garcia
Eduardo Jorge assumiu ontem a candidatura à Presidência junto com a vice Célia Sacramento (PV), atual vice-prefeita de Salvador, em uma casa no Lago Sul. Defensor da chapa puro-sangue, o presidente do partido deputado Luiz França Penna (SP) disse que a legenda rejeita candidaturas “inventadas na sociedade”, em referência às eleições de 2010, quando a ex-senadora Marina Silva se lançou como candidata à Presidência pelo PV. “A candidatura de 2010 era uma outra história. Tivemos o voto de protesto, o voto ambientalista e uma parte do voto religioso. A candidatura era uma coligação do PV com a Marina Silva, que tinha o seu grupo e suas ideias próprias. Agora não”, afirmou Eduardo Jorge.
Penna também disse que a legenda, nesta eleição, está livre das “amarras”. “Nossa candidatura não vem das forças religiosas e de nenhuma via tradicional como sindicatos ou militares.” Segundo ele, Eduardo Jorge será o melhor representante das ideias de “vanguarda” do partido, como as referentes ao aborto e às drogas. Durante o evento de ontem, foram distribuídos adesivos “Legaliza Brasil” em referência à maconha.
Depois de ser aclamado como candidato, Eduardo Jorge fez um discurso com críticas a presidente Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB), além do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, segundo ele, se coloca como “pai da pátria” e que fica ameaçando a toda hora voltar. Sobre Campos e Aécio, afirmou que eles “pisaram na bola feio” ao não criticar imediatamente os xingamentos de parte da torcida a Dilma na abertura da Copa do Mundo. E ainda no campo do futebol, brincou, lembrando a goleada da Holanda sobre a campeã do mundo, a Espanha. “É bom que os ‘grandes times’ coloquem as barbas de molho para não perder de goleada.”
Eduardo Jorge nasceu na Bahia e foi um dos fundadores do PT, tendo rompido com o partido em 2003. Além de deputado, exerceu os cargos de secretário de saúde quando Luiza Erundina foi prefeita de São Paulo pelo PT, de 1989 a 1993. Já filiado ao PV, ele assumiu a secretaria municipal do meio ambiente, a convite de José Serra (PSDB). Desde o fim de 2013, trabalha como médico sanitarista no governo paulista de segunda à sexta-feira.Pastor Everaldo.
O pastor Everaldo Pereira, aclamado candidato do Partido Social Cristão (PSC) à Presidência da República, em convenção nacional realizada, na manhã de ontem em São Paulo, afirmou que, como cidadão, governará para todos os brasileiros. “Vou trabalhar para todos”, disse, quando questionado sobre a força da bancada evangélica no Congresso Nacional. Everaldo é pastor da igreja Assembleia de Deus e figura nas pesquisas eleitorais com cerca de 3% a 4% das intenções de voto.
O candidato do PSC discursou na plenária lotada da Assembleia Legislativa de São Paulo. A legenda afirmou que 5 mil militantes compareceram à convenção, entre os presentes no auditório e os que ficaram do lado de fora do prédio. Everaldo reafirmou discurso de defesa da família “como está na Constituição” e posicionamento contrário ao aborto. “Defendo a vida desde a sua concepção e defendo a família como está na Constituição brasileira.” Ele disse ainda que a família brasileira deve ser respeitada e protegida e que é necessário que “os valores tradicionais da nação brasileira sejam resgatados, respeitando os direitos das minorias”. O partido ainda não definiu quem será o vice na chapa com Everaldo. Pelo calendário eleitoral, a definição deve ser feita até o 30 de junho.