Jornal Estado de Minas

Candidato, Aécio prevê "tsunami" por mudança

Em discurso na convenção que oficializou sua candidatura à Presidência, tucano destaca avanços do Brasil proporcionados pelo PSDB e promete "varrer" o PT do governo federal

Jorge Macedo - especial para o EM

Denise Rothenburg
Enviada especial

De mãos dadas com Fernando Henrique, Aécio é aclamado depois de discurso em que não poupou críticas à administração petista - Foto: Orlando Brito / PSDB


São Paulo – Em seu primeiro discurso como candidato oficial do PSDB a presidente da República, o senador Aécio Neves, inspirado no avô Tancredo Neves, tratou de colocar como fruto do trabalho de seu partido os avanços que o Brasil obteve nos últimos 30 anos. “Se sempre foi inequívoco o compromisso do PSDB com a democracia e a liberdade, foi a nossa coragem que nos legou o país moderno e promissor que somos hoje”, disse ele, que encerrou prevendo uma “ventania, um tsunami que vai varrer do governo federal aqueles que lá não têm se mostrado capazes de atender às demandas da população brasileira”.

 As palavras do senador tucano foram proferidas num dos maiores centros de convenções de São Paulo, o Center Norte. Aécio entrou às 11h10, acompanhado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Para discursar, entretanto, foi conduzido até o púlpito pela filha Gabriela. A mãe, Maria Inês, também estava presente, ao lado de Maria Estela Kubitschek, filha do ex-presidente Juscelino.

Os vídeos, com a história política de Aécio e, depois, a voz de Ferreira Gullar, com o Adeus a Tancredo, deram o tom da emoção para que o candidato apresentasse um discurso que teve o sentido de colocar o PSDB no protagonismo positivo da história recente do país e o governo petista como aquele que deixou os avanços escorrerem como água pelas mãos. “Foi com a nossa coragem que colocamos fim ao ciclo hiperinflacionário que aprisionava o nosso crescimento e roubava o nosso futuro. E atingia especialmente os mais pobres, os que mais precisavam e menos tinham. Com a determinação do presidente Itamar Franco e a liderança inconteste do presidente Fernando Henrique, transformamos a realidade brasileira de forma estrutural e definitiva com o Plano Real”, comentou.

 “Quero afiançar a cada um de vocês: nenhum outro governo, em nossa história recente, deixou um legado de transformações e criou bases tão sólidas para que o país pudesse avançar como o governo do PSDB, apoiado sempre pelos nossos aliados, e homenageio de forma explícita e forte o Democratas de tantos companheiros que aqui hoje comparecem”, disse, referindo-se ao primeiro partido (o antigo PFL) a se aliar ao projeto de FHC na década de 1990”, afirmou o candidato.


“E não adianta nossos adversários quererem, a história não se reescreve. Ela está aí para ser revisitada e reconhecida”, afirmou para, em seguida, listar as críticas ao atual governo. “Quem foi contra o Plano Real é quem hoje permite a volta da inflação. Quem foi contra a lei de Responsabilidade Fiscal é quem hoje assina a maldita contabilidade criativa. Quem se negou a apoiar a união nacional defendida por Tancredo e Itamar, em dois momentos importantíssimos da vida nacional, são os mesmos que se esforçam hoje em dividir o Brasil de forma perversa entre o nós e eles. Nos últimos anos, com velocidade surpreendente, o legado bendito que a gestão do PSDB deixou para o país está se esvaindo, se esgotando”, disse, pregando união dos presentes em torno das necessidades do país, citando saúde, segurança e educação.

Num dado momento, ele sai do púlpito e parte para a frente do palco, de microfone em punho e disfere as críticas mais duras: “Os brasileiros, a verdade é essa, percebem que foram traídos e por isso o ambiente de indignação e desalento tomou conta de todos os cantos do Brasil. Acreditaram na propaganda de quem dizia defender a ética e elegeram um governo que foi protagonista dos maiores escândalos de corrupção da nossa história. Acreditaram na propaganda de quem dizia defender o patrimônio público e elegeram um governo que em poucos anos vem aniquilando o valioso patrimônio construído por gerações de brasileiros. Um governo que se acomodou com as conquistas passadas que herdou. Que perdeu a capacidade de avançar e que vive, lamentavelmente, da propaganda daquilo que não fez. Governo que não ouve, erra. Governo que improvisa, falha sempre”, disse ele.

“Vamos conduzir o Brasil para o reencontro com a decência, com a dignidade e com o trabalho.
Com a eficiência na vida pública”, acrescentou o candidato. Nesse ponto, ele vai chegando ao final e todos se aproximam da frente do palco. Terminada a sua fala, sob gritos “Eu sou Aécio, com muito orgulho, com muito amor”, o candidato deixa o palco distribuindo “selfies”.

 

 

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