No caso do petista Alexandre Padilha, ex-ministro da Saúde de Dilma, quem deu o tom da convenção foi o ex-presidente Lula, que aproveitou o discurso ontem para falar de suspeitas de corrupção no governo federal, que acabaram deixando o PT na defensiva. “Sei que tem gente no PT incomodada com essa coisa de corrupção. Quem tiver agoniado, é bom entrar na internet e pesquisar todos os governos. Duvido que todos eles juntos criaram metade dos mecanismos que eu criei para combater a corrupção. Cada petista tem que ter orgulho de enfrentar esse debate!”, disse Lula.
Ele não citou especificamente o caso Labogen, envolvendo o Ministério de Saúde, mas defendeu as obras da Copa, dizendo que desde o seu governo a Controladoria Geral da União (CGU) está encarregada de fiscalizar cada centavo gasto nas obras da Copa. “Se tiver corrupção que se diga quem é o corrupto.
Os petistas não contarão apenas com Lula para tentar angariar votos em São Paulo. Eles esperam ainda a ajuda de autoridades do governo federal. Ontem, três ministras participaram da festa que oficializou a candidatura de Padilha ao governo estadual: a do Planejamento, Miriam Belchior, a da Secretaria das Mulheres, Eleonora Menicucci, e a da Cultura Marta Suplicy. Antes da chegada de Marta, Miriam deixou alguns petistas preocupados com possíveis ações por uso da máquina. “Como militantes e como ministras estamos à disposição no que for necessário nos nossos fins de semana para ajudar”, disse a ministra do Planejamento.
Melindres Marta – que chegou atrasada por ter participado de outro evento anterior – tem um eleitorado precioso para quem está em baixa na eleição paulista. “Sei que estamos numa situação difícil, mas, quanto mais difícil, mais juntos temos que estar”, pediu, prometendo se dedicar à campanha de Dilma e Padilha. A presidente não compareceu à convenção. Da parte do governo, a justificativa foi audiência com a chanceler da Alemanha, Ângela Merkel, em Brasília. Aos militantes petistas, o presidente do PT, Rui Falcão, disse que Dilma não compareceu por problemas de saúde. Mas a razão foi outra.
Geraldo Alckmin é hoje tão favorito a mais quatro anos de mandato como governador que terá em seu palanque dois presidenciáveis: o senador mineiro Aécio Neves (PSDB) e o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB). Aécio, percebendo a divisão, fez sua convenção na capital paulista de forma a colar logo a imagem de Alckmin à sua e, assim, cavar mais espaço entre o eleitorado paulista. O governador tem a vantagem, a estrutura e toda a sorte de prefeitos. .