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Estado de Minas

Candidatos tentam ganhar espaço no maior colégio eleitoral do país

Estado que concentra mais eleitores no país vira alvo de partidos na disputa eleitoral


postado em 16/06/2014 06:00 / atualizado em 16/06/2014 11:32

O estado com 36 milhões de votos para a campanha presidencial – e onde nenhum dos três principais candidatos tem o berço político – marcou no fim de semana o início do esforço dos partidos em busca desses votos. À exceção do PSB, que centrou suas atividades em Brasília e Recife, tucanos, petistas e peemedebistas jogaram suas estruturas em campo para conquistar o eleitor paulista. Ali, onde o PT passa por suas maiores dificuldades, Dilma Rousseff pretende contar com os dois adversários do governador Geraldo Alckmin (PSDB): Paulo Skaf, do PMDB, e Alexandre Padilha, do PT, que oficializaram as candidaturas ao governo estadual nesses dois dias.

No caso do petista Alexandre Padilha, ex-ministro da Saúde de Dilma, quem deu o tom da convenção foi o ex-presidente Lula, que aproveitou o discurso ontem para falar de suspeitas de corrupção no governo federal, que acabaram deixando o PT na defensiva. “Sei que tem gente no PT incomodada com essa coisa de corrupção. Quem tiver agoniado, é bom entrar na internet e pesquisar todos os governos. Duvido que todos eles juntos criaram metade dos mecanismos que eu criei para combater a corrupção. Cada petista tem que ter orgulho de enfrentar esse debate!”, disse Lula.

Ele não citou especificamente o caso Labogen, envolvendo o Ministério de Saúde, mas defendeu as obras da Copa, dizendo que desde o seu governo a Controladoria Geral da União (CGU) está encarregada de fiscalizar cada centavo gasto nas obras da Copa. “Se tiver corrupção que se diga quem é o corrupto. Não podemos ficar quietos. Quem mais investiu na Polícia Federal e no Ministério Público fomos nós. No tempo deles, o nome do Ministério Público era engavetador”, afirmou, chamando a militância a enfrentar esse debate de cabeça erguida.

Os petistas não contarão apenas com Lula para tentar angariar votos em São Paulo. Eles esperam ainda a ajuda de autoridades do governo federal. Ontem, três ministras participaram da festa que oficializou a candidatura de Padilha ao governo estadual: a do Planejamento, Miriam Belchior, a da Secretaria das Mulheres, Eleonora Menicucci, e a da Cultura Marta Suplicy. Antes da chegada de Marta, Miriam deixou alguns petistas preocupados com possíveis ações por uso da máquina. “Como militantes e como ministras estamos à disposição no que for necessário nos nossos fins de semana para ajudar”, disse a ministra do Planejamento.

Melindres Marta – que chegou atrasada por ter participado de outro evento anterior – tem um eleitorado precioso para quem está em baixa na eleição paulista. “Sei que estamos numa situação difícil, mas, quanto mais difícil, mais juntos temos que estar”, pediu, prometendo se dedicar à campanha de Dilma e Padilha. A presidente não compareceu à convenção. Da parte do governo, a justificativa foi audiência com a chanceler da Alemanha, Ângela Merkel, em Brasília. Aos militantes petistas, o presidente do PT, Rui Falcão, disse que Dilma não compareceu por problemas de saúde. Mas a razão foi outra. Dilma não foi para não melindrar o aliado com o qual ela precisa contar no estado, Paulo Skaf. O peemedebista ocupa hoje o segundo lugar nas pesquisas para governador. Se o quadro não mudar e houver segundo turno em São Paulo, é Skaf quem estará na segunda rodada contra Alckmin.

Geraldo Alckmin é hoje tão favorito a mais quatro anos de mandato como governador que terá em seu palanque dois presidenciáveis: o senador mineiro Aécio Neves (PSDB) e o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB). Aécio, percebendo a divisão, fez sua convenção na capital paulista de forma a colar logo a imagem de Alckmin à sua e, assim, cavar mais espaço entre o eleitorado paulista. O governador tem a vantagem, a estrutura e toda a sorte de prefeitos.


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