A frase foi usada também por outros líderes petistas durante a convenção que lançou o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha ao governo do Estado de São Paulo, em evento realizado no ginásio do Canindé, na zona norte paulistana.
Lula e outros petistas também recorreram à metáfora do tsunami, usada inicialmente pelo candidato tucano ao Palácio do Planalto anteontem, durante a convenção que o lançou à Presidência, para atacar a crise de abastecimento de água no Estado de São Paulo e fustigar a gestão tucana do governador Geraldo Alckmin.
Ausente na convenção sob justificativa de estar gripada, Dilma gravou um vídeo de apoio à candidatura de Padilha no qual elencou melhorias na qualidade de vida do brasileiro promovida pelas gestões petistas, como aumento da renda e do emprego, e afirmou que elas são as causadoras dos xingamentos. "É um país em que mulheres, negros, jovens e crianças, a maioria mais pobre, passaram a ter direitos que sempre foram negados. É isso que vaiam e xingam. É isso que não suportam", afirmou.
Os discursos de ontem radicalizam a linha já adotada um dia após o jogo de quinta-feira, no qual Dilma foi hostilizada. A ideia é reforçar uma percepção explorada em eleições anteriores segundo a qual o PT defende os mais pobres e os adversários, os ricos.
Decreto
A presidente usou o decreto 8243, que regulamenta a política nacional de participação social, nesse mesmo contexto. Ela afirmou que os críticos defendem "uma democracia sem povo". O decreto, que orienta todos órgãos federais a terem conselhos populares para consultas à sociedade civil sobre políticas públicas, é criticado por partidos de oposição, que ameaçam derrubá-lo no Congresso.
"Alguns conselhos já existem desde 1937.
'Essa raça'
Durante o seu discurso, Lula chegou a comparar a metáfora do tsunami feita por Aécio a uma declaração dada em 2005 pelo ex-senador Jorge Bornhausen, então presidente do extinto PFL - hoje DEM -, que afirmou, durante a crise do mensalão, em referência ao PT, que o País se veria "livre dessa raça por pelo menos 30 anos".
"Na convenção do PSDB eles repetiram quilo que o Bornhausen falou em 2005 quando começou o processo da CPI do mensalão. Precisamos acabar com essa raça. E nós não acabamos, quem acabou foi o PFL".
Lula voltou a críticar a imprensa, a quem acusou de "manipulação" e afirmou que "qualquer jornalista, para ganhar credibilidade para esculhambar o PT começa a dizer ‘eu não sou político’, mas na testa dele tem um carimbo de tucano". .