Deputados aprovaram na tarde desta segunda-feira, em segundo turno, projeto de lei que impede manifestantes de atuarem mascarados em protestos. A proposta, que recebeu 37 votos favoráveis e três contrários, tramitou em regime de urgência. Na última quarta-feira, o projeto de autoria do deputado Sargento Rodrigues foi aprovado em primeiro turno.
Além de proibir ocultar a face em eventos que evolvam multidões, o texto também obriga o cidadão flagrado com máscara a se identificar sempre que solicitado por policial em serviço ou por servidor público no exercício do poder de polícia. Quem descumprir a lei será encaminhado à identificação criminal e pode receber multas com valores que variam entre 500 e 10 mil Ufemgs - que correspondem a R$ 1.319,10 e R$ 26.382,00, respectivamente -, além do seu monitoramento permanente em outros eventos semelhantes.
A Mesa da Assembleia tem 10 dias corridos para enviar o projeto ao governador Alberto Pinto Coelho, que terá até 15 dias úteis para sancionar ou vetar o texto.
A questão é polêmica: para manifestantes, o uso da máscara é uma forma de proteger a identidade contra perseguições a uma mobilização legítima. Além disso, eles sustentam que esse hábito evita a criminalização das organizações. O assunto gerou reações no ano passado, quando o uso da cobertura foi proibido no Rio de Janeiro.
O projeto é aprovado pela assembleia em plena Copa do Mundo. No dia da abertura do Mundial, houve conflito em Belo Horizonte. Adeptos da tática black bloc e policiais entraram em confronto na região central da capital mineira. Bancos foram depredados e pedras foram lançadas contra policiais, que reagiram com balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo.