Ferraço encaminhou a carta de María Corina ao Itamaraty e pediu informações ao governo brasileiro sobre as negociações ainda em curso entre governo e oposição que vem sendo mediadas por um grupo de chanceleres, entre eles o brasileiro Luiz Alberto Figueiredo. O senador também prometeu encaminhar as denúncias da venezuelana à Comissão Interamericana de Direitos Humanos e à União das Nações Sul-Americanas (Unasul).
"O Brasil ama a democracia e tem a obrigação de agir em sua defesa, na defesa das liberdades públicas e dos direitos humanos. Nessas condições, saiba Vossa Excelência que o Senado da República seguirá acompanhando os próximos desdobramentos da lamentável crise que se abate sobre o país vizinho", diz o senador em uma resposta envida à María Corina. "Em face dos indícios de atropelo aos direitos e garantias do devido processo legal, princípios inscritos na Declaração Universal dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas, decidi por bem oficiar o Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Chanceler Luiz Alberto Figueiredo Machado".
María Corina é uma das principais líderes de oposição ao governo de Maduro e uma das comandantes das marchas contra o presidente venezuelano junto com Leopoldo López, que está preso, acusado de incitar a violência no país. Em abril deste ano, veio a Brasília para uma audiência na Comissão de Relações Exteriores, onde denunciou o que chamou de perseguição a ela e outros parlamentares de oposição.
"Na terça-feira, 4 de junho, Nicolás Maduro me chamou de assassina no seu programa de rádio semanal e exortou o poder Judiciário a me prender. No dia seguinte, o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, afirmou que 'se Maduro for assassinado, María Corina Machado pagará por suas ações", escreveu a deputada. "Deste então recebi numerosas ameaças de morte contra mim e contra meus filhos.