Feriado à vista, jogo do Brasil na Copa do Mundo e projetos de lei enviados pelo Poder Executivo. Os vereadores de Belo Horizonte não resistiram a essa poderosa mistura e gastaram mais tempo nessa segunda-feira no plenário com a sessão encerrada, batendo papo, que com a reunião em andamento. Aberta às 14h58 com a presença de 34 parlamentares, a ordinária marcada para o dia durou cinco minutos. Foi encerrada com o registro de 19 vereadores, depois de pedido de verificação de quórum. O número mínimo era de 21 para que a sessão continuasse. Já a conversa descontraída pós-reunião durou quase meia hora.
Nesta terça-feira, com o jogo do Brasil contra o México em Fortaleza, a Câmara funcionará só pela manhã, sem plenário. A expectativa para as votações fica só para quarta-feira, já que quinta-feira é feriado de Corpus Christi e na sexta-feira são grandes as chances de uma emenda com o fim de semana.
Em relação aos projetos de lei enviados pela prefeitura, secretários municipais convidaram os vereadores para reunião às 11h para detalhar duas proposições que também foram motivo para a derrubada da sessãonessa segunda-feira. Uma trata da mudança das regras para construção no Barreiro, uma das regionais mais populosas da capital. Em um raio de 600 metros da Estação BHBus, o índice para construção é 1, o que impede edifícios, evitando engarrafamentos. O texto muda para 5, abrindo a possibilidade para construção de grandes prédios. “Projetos dessa natureza deixam os vereadores sempre muito ouriçados. Há quem goste muito de conversar com empreiteira antes de votar isso”, diz um parlamentar.
O outro texto que deverá estar na pauta do encontro de representantes do prefeito Marcio Lacerda (PSB) com os vereadores também diz respeito ao Barreiro. O projeto prevê regime diferenciado de gestão do hospital que está sendo construído na região. De forma geral, os estabelecimentos públicos de saúde são administrados por conselhos sobre as regras do SUS. O hospital do Barreiro também será regido pelo sistema, mas com funcionamento diferenciado para os conselhos. Para a oposição, a modificação, se aprovada, permitirá a privatização do hospital. O encerramento da sessão ontem partiu exatamente do pedido de verificação de quórum feito por um dos vereadores que não pertencem à base de Lacerda, Pedro Patrus (PT).