Rabello é a oitava pessoa a dar explicações à CPI do Senado. Mesmo tendo recorrido até ao Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir a sua instalação, os oposicionistas têm boicotado os trabalhos da comissão e preferido centrar esforços na CPI mista, que conta com deputados federais, atualmente menos fiéis às orientações do governo.
Uma auditoria iniciada em 2008 pelo Tribunal de Contas da União (TCU) verificou irregularidades na elaboração do projeto e execução das obras de terraplenagem, drenagem e pavimentação da unidade industrial. Faturas de serviços não previstos originalmente e aditivos de contratos também estão sob suspeita.
A CPI mista vai se reunir nesta tarde para uma sessão administrativa na qual pode determinar a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico do ex-diretor da Área de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. Um dia após prestar depoimento na CPI do Senado, no qual negou envolvimento nas irregularidades investigadas pela Operação Lava Jato, o ex-diretor foi preso na quarta-feira da semana passada pela segunda vez pela Polícia Federal para evitar que ele fugisse do país.
A decisão de prendê-lo ocorreu após o Ministério Público da Suíça ter decreto o embargo de US$ 23 milhões em 12 contas no país do ex-diretor da Petrobras. A Justiça Suíça abriu uma ação penal contra Costa por lavagem de dinheiro.
À CPI do Senado, o ex-diretor negou ser o líder da "organização criminosa" que, segundo a PF, atuou na Petrobras. Também negou ser "homem-bomba", adotando o discurso de que foi "massacrado" após passar 59 dias preso, na sua primeira passagem pela cadeia, por acusações "sem fundamento".
Além de tentar quebrar os sigilos de Costa, os integrantes da comissão querem fazer um pente fino na atuação pessoal e na rede de contatos do ex-diretor.