Nenhuma das oito testemunhas convidadas pelo Conselho de Ética da Câmara para prestar depoimento sobre o caso do deputado André Vargas (PT-PR) compareceu à reunião marcada para a manhã desta quarta-feira. O colegiado apura o envolvimento do parlamentar com o doleiro Alberto Youssef.
O presidente do Conselho de Ética, Ricardo Izar (PSD-SP), lamentou o descumprimento do acordo firmado com o PT para que os depoimentos não fossem feitos na semana passada. Representantes do partido garantiram que, se a reunião fosse marcada para hoje, a presença dos petistas estaria assegurada.
O relator do processo contra Vargas, deputado Júlio Delgado (PSB-MG), disse que todos foram comunicados há duas semanas. Apesar disso, apenas Carlos Gadelha e Bernardo Tosto informaram que não poderiam comparecer.
“Mesmo se não tem ninguém, estamos cumprindo os prazos. Esta reunião está valendo e depois de dois convites podemos dispensar a oitiva dessas testemunhas”, explicou o relator. Pelas regras do Conselho de Ética, Delgado tem até o dia 24 de julho para concluir o parecer, a data corresponde a 40 dias úteis posteriores à apresentação da defesa de Vargas à Câmara.
O relator quer que a votação no colegiado ocorra até o dia 17 de julho, na semana em que inicia o recesso legislativo. “O silêncio diz muita coisa. Seria bom que eles dissessem algo antes do recesso, senão a contaminaçao eleitoral será contra eles”, avaliou o parlamentar. “O não comparecimento reforça e ajuda o nosso relatório. Comparecer seria ótimo para elucidar alguma coisa”, completou.
Em uma carta enviada ao Conselho de Ética, Bernardo Tosto solicitou o envio das perguntas para que pudesse respondê-las por escrito. Delgado disse que enviará os questionamentos até a próxima semana e informou que fará novos convites para que os depoimentos sejam prestados no dia 25 de julho.
O advogado de André Vargas pediu que os novos convites sejam feitos por notificação. “Os convites poderiam ser feitos em forma de notificação, que não tem caráter coercitivo de intimação, mas enseja, ao menos, a necessidade de resposta”, explicou Michel Saliba.
O doleiro Alberto Youssef deve ser o último a ser ouvido pelo Conselho de Ética. Preso em Curitiba pela Polícia Federal, Youssef terá que ser ouvido em uma videoconferência que está marcada para as 10h do dia 1º de julho. Youssef também é testemunha de Vargas, que indicou ainda um deputado estadual do Paraná e mais seis pessoas do estado.