Reportagem publicada pelo Estado nesta semana revelou que o MPF suspeita que o dinheiro de contratos superfaturados da Repar podem ter abastecido empresas ligadas ao doleiro Alberto Youssef e ao ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, ambos presos pela Operação Lava Jato da Polícia Federal.
Relatório produzido pelos procuradores afirma que existe "conexão entre os desvios" investigados pela Operação Lava Jato em Abreu e Lima e as supostas irregularidades na Repar. O documento foi enviado ao juiz federal Sergio Moro, responsável pela Lava Jato. Em decisão de 12 de maio, ele reconheceu a conexão entre os casos pernambucano e paranaense.
"Quantas mais refinarias da Petrobras essa organização criminosa usou para desviar os recursos públicos para benefício próprio e para alimentar essa máquina de corrupção?", questionou Francischini em nota divulgada por sua assessoria. O deputado afirmou que tentará levar "dirigentes antigos e atuais" da Repar não só para depor na CPI mista, mas também na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara.
O requerimento vem em um período tumultuado da CPI. Além de a comissão estar esvaziada por causa da Copa do Mundo, a maioria governista que compõe a comissão tenta jogar o foco da investigação para fatos ocorridos durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, um dos principais símbolos do PSDB e da oposição. Os governistas querem levar para depor na CPI José Jorge, que hoje é ministro do Tribunal de Contas da União, mas foi ministro de Minas e Energia no governo FHC e responde a uma ação iniciada em 2001 que aponta um prejuízo de US$ 2,3 bilhões para a Petrobras por causa de uma operação de troca de ativos com a empresa ibero-argentina YPF.
O objetivo da base do governo contrapor esse episódio com a compra da refinaria de Pasadena, nos EUA, durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva - um negócio que teria, segundo a Petrobras, causado um prejuízo de US$ 530 milhões. Além disso, Jorge é o relator, no TCU, das apurações sobre Pasadena..