(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Relator da CPMI nega estratégia para esvaziar sessão


postado em 18/06/2014 16:01

Brasília, 18 - O relator da CPI Mista da Petrobras, deputado Marco Maia (PT-RS), negou nesta quarta-feira, 18, que haja uma tentativa deliberada do governo de esvaziar os trabalhos da comissão. "Não existe nenhuma estratégia do governo para esvaziar", disse. Num movimento ensaiado, a base aliada desistiu de comparecer à sessão da CPI Mista da Petrobras, o que, na prática, evitou se realizar a votação de requerimentos que poderia aprovar as quebras de sigilo fiscal, bancário e telefônico do doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor de abastecimento da petroleira Paulo Roberto Costa. Os dois estão presos e são investigados pela Polícia Federal no curso da Operação Lava Jato.

Marco Maia atribuiu a falta de quórum ao fato de ser uma quarta-feira, véspera de feriado e dia de difícil mobilização de quorum no Congresso. O presidente da CPI mista da Petrobras, Vital do Rêgo (PMDB-PB), esperou meia hora para garantir o quórum mínimo de 17 parlamentares previsto no regimento para se votar requerimentos.

Não havia sequer quórum para abrir os trabalhos. Subscreveram a lista de presença apenas 10 parlamentares: os senadores Vital do Rêgo, Alvaro Dias (PSDB-PR), e os deputados Marco Maia (PT-RS), que é relator da CPI, Bernardo Santana (PR-MG), Julio Delgado (PSB-MG), Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), João Magalhães (PMDB-MG), Izalci (PSDB-DF), Marcos Rogério (PDT-RO) e Rubens Bueno (PPS-PR).

Convocação

O relator afirmou que não é o momento para trazer o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) José Jorge para depor à comissão. Com uma convocação aprovada pela CPMI, José Jorge é o relator na Corte de processos que envolvem a Petrobras, inclusive sobre a compra da refinaria de Pasadena (EUA), operação que trouxe a presidente Dilma Rousseff para o centro da polêmica sobre a gestão da estatal.

Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo publicada nesta quarta revelou que parlamentares da base aliada decidiram investigar José Jorge tanto na CPI do Senado quanto na mista, numa tentativa de constrangê-lo. Ele foi ministro de Minas e Energia do governo Fernando Henrique Cardoso e é réu em uma ação proposta em 2001 que aponta um prejuízo de R$ 2,3 bilhões numa operação de troca ativos entre a estatal e a companhia ibero-argentina Repsol-YPF. Esse processo foi remetido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) à CPI do Senado. O ministro, contudo, foi absolvido no único julgamento de mérito que teve, em 2005.

"Não descarto a convocação e não afirmo que tenha necessidade de convocar. Pode ser no futuro, depois de colhidos os documentos", afirmou Marco Maia. "Mas não acho que seja este o caso agora", completou.

Na manhã desta quarta-feira, durante sessão da CPI do Senado, o líder do PT da Casa, Humberto Costa (PE), o relator da comissão, José Pimentel (PT-CE), e a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) cobraram o comparecimento de José Jorge à comissão do Senado para falar sobre Pasadena. Nos bastidores, a intenção era aproveitar a vinda dele para questioná-lo também sobre a troca de ativos.

O ministro do TCU declinou o convite aprovado pela comissão, que não o obriga a comparecer na CPI do Senado. Mas, com a convocação aprovada pela CPI mista, ele é obrigado a comparecer, embora a data precise ser marcada pelo presidente da comissão.

Humberto Costa (PE) chegou a defender o afastamento de José Jorge do comando de todos os processos que envolvem a Petrobras no âmbito da Corte. "Eu que estou constrangendo este cidadão porque, na verdade, ele deveria se declarar suspeito de todos os processos da Petrobras", afirmou Costa.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)