PSOL e PSTU lançaram nessa quarta-feira em Belo Horizonte a coligação Frente de Esquerda para disputar as eleições deste ano no estado. O candidato a governador será o publicitário Fidélis Alcântara, filiado ao PSOL, um dos líderes em Belo Horizonte do Comitê dos Atingidos pela Copa (Copac). O PSTU indicou a candidata a vice-governadora, a professora de Juiz de Fora (Zona da Mata) Victoria Melo, e o dirigente da Federação Democrática dos Metalúrgicos de Minas Gerais, Geraldo Batata (PSTU), para concorrer à vaga no Senado. As duas legendas também oficializaram as candidaturas a deputada estadual de Vanessa Portugal (PSTU) e a federal de Maria da Consolação (PSOL), conhecida como Consola. O PCB, que cogitava participar da aliança, ficou mesmo de fora e vai lançar chapa própria.
A Frente vai disputar o governo e os legislativos sem financiamento privado de campanha e centrar seus esforços na eleição de Vanessa e Consola para deputadas. Uma campanha para obter 200 mil votos, número necessário para garantir uma vaga nos parlamento será uma das metas da aliança, disse ontem Vanessa Portugal, que nas seis últimas eleições foi candidata a cargos majoritários pelo PSTU. Mesmo caso de Consola, que no pleito passado disputou a Prefeitura de Belo Horizonte e em 2010 tentou uma vaga no Senado em dobradinha com o PSTU.
Segundo Alcântara, a campanha terá como pauta as reivindicações que a sociedade levantou durante as manifestações de junho passado e também nas mais recentes. “Uma das grandes qualidades das manifestações, especialmente as de junho do ano passado, é que elas mostram a grande insatisfação de uma boa parcela da população, que quer mudança”, disse em entrevista coletiva ontem de manhã.
“Nossa aliança vai muito além das eleições, já estamos juntos nas ruas e nas lutas contra as injustiças da Copa do Mundo e agora vamos fazer da nossa campanha eleitoral um espaço para levar a voz das ruas para a disputa”, afirma Vanessa Portugal.
Segundo ela, as duas legendas chegaram à conclusão de que é preciso ocupar os legislativos para tratar de questões importantes, principalmente das pautas ligadas à educação, que são, em sua avaliação, relegadas pelo Parlamento. “Existe uma falsa polarização que está sendo construída entre Pimentel, candidato pelo PT ao governo de Minas Gerais, e Pimenta da Veiga, nome do PSDB ao governo do estado. As candidaturas do PSOL-PSTU têm a tarefa de mostrar que esses dois candidatos não são alternativos, não apresentam projetos diferentes para o estado. Nós, sim, somos alternativa aos dois polos", defendeu.
Para Consola, há uma “ausência de representação” de educadores na Câmara. “Há uma forte pressão de que é urgente ter representantes da educação no Legislativo”, afirma a candidata, que, como Vanessa Portugal, é dirigente sindical dos trabalhadores da educação. A também professora Victoria Melo disse que a intenção da Frente é construir uma candidatura que “expresse os anseios das ruas, da classe trabalhadora.”