Porto Alegre, 19 - O PSOL do Rio Grande do Sul oficializou nesta quinta-feira, 19, em convenção realizada na capital gaúcha, a coligação Frente de Esquerda, com o aliado PSTU. Sem surpresas, os militantes presentes no ato aprovaram a candidatura de Roberto Robaina (PSOL) ao governo gaúcho. O vice, ao contrário, não era consenso e foi definido após um debate seguido por votação. O nome vitorioso foi o de Gabrielli Tolotti, integrante do PSOL com intensa participação nas manifestações populares realizadas desde junho de 2013. Já o candidato da chapa ao Senado é Julio Flores, do PSTU.
A convenção também homologou uma lista com os prováveis candidatos da coligação nas eleições proporcionais para os cargos de deputado estadual e federal.
Na disputa pelo governo do Estado, Roberto Robaina deverá enfrentar a senadora Ana Amélia Lemos (PP), que aparece em primeiro lugar nas pesquisas de intenção de votos, além do atual governador, Tarso Genro (PT), do ex-prefeito de Caxias do Sul José Ivo Sartori (PMDB), e de Vieira da Cunha (PDT).
Na plateia do auditório da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, onde ocorreu o ato nesta manhã, chamava a atenção a grande quantidade de jovens. Assim como já havia acontecido em outros Estados, como Belo Horizonte, por exemplo, Frente de Esquerda afirmou que pretende priorizar as demandas apresentadas pela sociedade por meio dos protestos populares.
"Queremos nos mobilizar no espírito das lutas dos trabalhadores, que englobam greves e reivindicações. E principalmente no espírito das manifestações", disse o candidato ao Senado, Júlio Flores.
Segundo ele, o Rio Grande do Sul e o País precisam de mudanças profundas que o PT não conseguiu realizar nos últimos anos em que esteve no poder. "O povo apostou no projeto do PT, mas infelizmente o partido seguiu a mesma lógica do PSDB, que antes combatia", falou. "É preciso ir para as ruas fazer essas mudanças."
A ex-deputada gaúcha Luciana Genro, pré-candidata do PSOL à Presidência da República, que participou da convenção na capital gaúcha, explicou que o partido entende a necessidade de ser um porta-voz do movimento popular iniciado com as manifestações do ano passado. "Não para nos apropriarmos dele, mas para mostrar que o PSOL tem condições de levar essas demandas ao processo eleitoral", afirmou.
Neste fim de semana, na convenção nacional do PSOL em Brasília, Luciana deve ser confirmada como candidata do PSOL à Presidência da República. Ela é filha do governador gaúcho, Tarso Genro (PT), e vinha sendo apontada como vice na chapa que teria o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) concorrendo ao Palácio do Planalto. Quando ele desistiu para disputar o governo do Amapá, o nome de Luciana passou a ser apoiado pela executiva nacional da legenda.