Caruaru, 21 - "Não temos partidos fortes o suficiente para termos candidatos competitivos em todo o Brasil". Com esta afirmação, o pré-candidato à presidência da República, Eduardo Campos (PSB) explicou, no final da noite desta sexta-feira (20), em Caruaru, no agreste pernambucano, a coligação do seu partido com adversários em dois importantes colégios eleitorais brasileiros: em São Paulo, o PSB indicou o vice na chapa da reeleição do tucano Geraldo Alckmin, e no Rio, o partido poderá selar, ainda neste sábado (21), aliança com o PT.
O presidenciável deu entrevista ao participar de tradicional festa junina promovida pelo governador João Lyra Neto (PSB), na Fazenda Macambira, a 130 quilômetros do Recife. "Também não queremos ser donos da verdade, para quem só presta quem é filiado ao nosso partido", complementou, buscando minimizar as incoerências eleitorais com um discurso genérico. "Uma coisa é campanha nacional, outra é campanha estadual".
Indagado sobre a dificuldade de manter um discurso que prega o fim do ciclo do PT quando o deputado federal socialista Romário pode ser o candidato ao Senado na chapa do candidato petista ao governo do Rio, Lindbergh Farias, ele disse respeitar a base partidária, que é quem vai escolher o que fazer no Rio. "Estou tranquilo", disse ele.
Questionado se terá agenda de campanha em São Paulo ao lado de Geraldo Alckmin - o deputado federal Márcio França (PSB) é candidato a vice-governador - Campos desconversou. "Vamos fazer a campanha em São Paulo com os nossos companheiros, com as nossas ideias, com o nosso programa, com os partidos que estão apoiando a nossa candidatura, como vamos fazer em todos os lugares do País".
"Esse discurso e esse debate sobre os palanques regionais se acabou", afirmou ele, na tentativa de explicar como o PSB pode se apresentar como uma alternativa de poder à dobradinha PT-PSDB diante destas coligações estaduais. "Tanto eu quanto a Marina (pré-candidata a vice-presidente) temos dito que a gente vai governar o Brasil com os melhores e nós podemos governar o Brasil com os melhores do PT, do PSDB, com os melhores que não têm partido", reiterou. "Agora é hora de discutir o Brasil, como o Brasil volta a crescer, como se contém a inflação, como melhorar essa onda de violência que assola o País", observou. "Esse é o debate que a sociedade espera do candidato a presidente e não como vai fazer a campanha em tal Estado e qual Estado".