Segundo ele, este é o pior momento vivido pelo PMDB, que ele ainda chama, na maioria das vezes, de MDB. "O mal no Brasil de hoje é esse sistema de ter 30 partidos vazios de conteúdo, votando com o governo para ganhar um cargo aqui e outro ali. E o MDB, maior partido do Brasil, ao invés de se rebelar, de ter uma palavra firme, também fica brigando por mais um ministério. O partido perdeu a consciência", afirmou, reconhecendo que, hoje, se sente isolado na legenda.
Simon, que já governou o Rio Grande do Sul e foi deputado estadual em quatro mandatos consecutivos, é um dos símbolos da ala contrária à aliança com o PT de Dilma Rousseff. Além de defender a independência do PMDB, Simon não acredita que a presidente tenha força política para fazer um bom segundo mandato. "O Lula tinha o grupinho dele, com quem discutia e debatia. Que se saiba a Dilma não tem", revelou.
Segundo Simon, hoje Eduardo Campos (PSB) seria o único capaz de governar o País sem ficar refém da política de troca-troca de cargos e favores.
Ele ainda diz que fez o que deveria ser feito no Senado. "Além disso, vivemos uma fase em que estou muito deslocado dentro do partido. Eu criei o MDB (antigo PMDB) e lutei a vida inteira por ele. E creio que esse é o pior momento que o MDB está vivendo. É o maior partido do Brasil e não apresenta candidato à Presidência. Houve um momento em que nós tínhamos maioria na Câmara, no Senado, nas Prefeituras, e daí fomos peça auxiliar do Fernando Henrique, peça auxiliar do Lula e agora da atual presidente. Vou ajudar no que puder. Aqui no Rio Grande do Sul, por exemplo, onde o PMDB sempre foi um partido diferente".
Quanto a decisão do PMDB confirmar o apoio do partido à reeleição da presidente Dilma Rousseff, ele diz que "o resultado ainda foi esse (favorável à aliança) porque o governo e o comando partidário agiram. Proporcionaram passagens, festas. Nunca os prefeitos foram tão convidados a ir a Brasília, e receberam uma ponte, uma estrada ou um trator. Esse resultado não representa as bases do MDB.