O pré-candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos (PE), vai ficando sem palanque próprio nos maiores colégios do país, que concentram cerca de 42% dos eleitores brasileiros e onde a candidata a vice, tida como principal cabo eleitoral do pernambucano, Marina Silva (PSB), teve praticamente a metade de seus votos em 2010. Com pouco mais de 1,2 minuto no horário eleitoral gratuito e concorrendo pelo PV, a ex-senadora pelo Acre – que se filiou no ano passado ao PSB depois da frustrada tentativa de fundar sua própria legenda, a Rede – teve 19,6 milhões de votos no primeiro turno da última eleição presidencial e terminou em terceiro lugar na disputa pelo Planalto. Desse total, 9,6 milhões vieram de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. No entanto, nesses três estados, o partido de Campos e Marina não vai ter candidatos próprios ao governo. A tendência é de que nessas disputas a legenda fique a reboque de seus maiores adversários na campanha pela Presidência da República, PT e PSDB, dividindo com eles o palanque, seja por meio da indicação do candidato ao Senado ou do vice, seja somente fazendo parte da coligação.
Pressão sem efeito
Em São Paulo, maior colégio eleitoral do país, a Rede bem que tentou impedir que o PSB se aliasse ao governador Geraldo Alckmin (PSDB), que disputa a reeleição, mas a pressão não surtiu efeito. O partido vai indicar nada menos que o candidato a vice-governador de Alckmin, o presidente do PSB de São Paulo, deputado federal Márcio França, cujo nome deve ser confirmado no dia 29, na convenção estadual. A Rede ainda estuda indicar o candidato ao Senado, o vereador da Rede, Ricardo Young (PPS), filiado ao PPS, mas Marina já avisou que não subirá no palanque tucano. A legenda de Marina já tinha indicado o historiador Célio Turino e o biólogo e ambientalista João Capobianco como pré-candidatos ao governo de São Paulo. Segundo os tucanos, Campos vai fazer campanha no interior do estado ao lado de Alckmin, sem a presença de Marina.
No Rio de Janeiro, o PSB também surpreendeu a Rede ao fechar aliança com o candidato ao governo pelo PT, o senador Lindbergh Farias, e anunciar a indicação do deputado federal Romário para candidato ao Senado na chapa petista. No estado, a Rede tinha a intenção de lançar, com o apoio do PSB, o nome do deputado federal Miro Teixeira, que se filiou ao Pros depois que o partido de Marina não conseguiu registro. Miro não conseguiu o apoio do PSB fluminense que tentou, com sucesso, inviabilizar a candidatura do deputado, alegando que sua não decolava.
Definição de rumo
O presidente do PSB de Minas Gerais, deputado federal Júlio Delgado, informou que a comissão definida na convenção para decidir o rumo do partido nas eleições de Minas Gerais se reúne hoje para fechar as alianças. Nas suas redes sociais, ele comemorou o resultado do encontro no fim de semana, que reuniu mais de 400 militantes. “Isso mostra que o PSB é um partido forte para as eleições deste ano, e, com isso, nosso candidato Eduardo Campos vem mostrando cada vez mais seu trabalho”, avaliou.