Em clima de Copa do Mundo, o senador Aécio Neves (PSDB) comemorou nessa segunda-feira a abertura do palanque do governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), para sua candidatura a presidente. Para Aécio, a aliança com o PMDB no terceiro maior colégio eleitoral do país traz “conforto” e faz dele o presidenciável com “o palanque mais forte” em solo fluminense. Com a concretização do Aezão – grupo que apoia a eleição do tucano para presidente e Pezão para o governo –, o senador prometeu que, se eleito, garantirá ao Rio parcerias com o governo federal. Pouco depois, ele admitiu que a ex-ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Ellen Gracie, filiada ao PSDB do estado, é cotada para ser sua vice. Também fala-se nos nomes do ex-governador do Ceará Tasso Jereissati e do senador Aloysio Nunes. A decisão será tomada na segunda-feira.
“O PT participou do governo durante sete anos e três meses. Tinha duas prefeituras, agora, tem 11. Tem o vice-prefeito da cidade do Rio. Tem um senador eleito na nossa aliança (Lindbergh Farias) e rompeu essa aliança depois de sete anos e três meses, o que abriu essa possibilidade de ter outros palanques em nossa coligação”, justificou Pezão. O governador disse que, além de Aécio e Dilma, seu palanque será do pastor Everaldo (PSC).
César Maia optou pela aliança para reforçar o palanque de Aécio no Rio de Janeiro. O pedido foi feito pelo presidenciável durante encontro no fim de semana na casa do senador em Ipanema, na Zona Sul do Rio. Aécio disse que a aliança com Pezão atende aos interesses do Rio de Janeiro. “Aquilo que foi no passado extremamente importante e alardeado como uma parceria do Rio de Janeiro com a União, no que posso garantir é que a partir do ano que vem a continuidade do governo federal, da união com o Rio de Janeiro, haverá de ser garantida com a eleição de Pezão e com a nossa eleição. Essa é a nova construção política para que o Rio de Janeiro continue a ter uma parceria sólida com o governo federal”, afirmou.
Críticas
Na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, onde assistiu à partida entre Brasil e Camarões ao lado do coordenador da campanha tucana no estado, Alberto Goldman, do deputado Paulo Pereira da Silva e sindicalistas, Aécio considerou autoritária a proposta do governo federal de criação do Sistema Único de Trabalho (SUT) e afirmou que faltou discussão sobre o tema.
Para o senador, o governo estaria preparando um movimento para acabar com o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). “Se o governo já quase quebrou o FAT, com essa contabilidade criativa, que é uma de suas marcas, fazer uma mudança dessa sem a devida discussão com os trabalhadores, com as centrais, é um equívoco e vamos nos opor fortemente a isso”, afirmou.
Segundo o PSDB, ao criar o SUT, o governo quer centralizar decisões e tirar participação dos trabalhadores e de empresários na destinação dos recursos do FAT. “Algo extremamente grave, e já orientei a bancada na Câmara e no Senado a nos opormos a mais esse gesto autoritário do governo federal e que não atende aos interesses dos trabalhadores brasileiros”, disparou.