Jornal Estado de Minas

Aécio ganha apoio de lideranças da base governista

Candidato à reeleição no Rio pelo PMDB, Pezão anuncia que pedirá votos também para o tucano. Com o reforço no estado, senador admite que Ellen Gracie é cotada para sua vice

Juliana Cipriani
- Foto: Igo Estrela/Divulgação

Em clima de Copa do Mundo, o senador Aécio Neves (PSDB) comemorou nessa segunda-feira a abertura do palanque do governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), para sua candidatura a presidente. Para Aécio, a aliança com o PMDB no terceiro maior colégio eleitoral do país traz “conforto” e faz dele o presidenciável com “o palanque mais forte” em solo fluminense. Com a concretização do Aezão – grupo que apoia a eleição do tucano para presidente e Pezão para o governo –, o senador prometeu que, se eleito, garantirá ao Rio parcerias com o governo federal. Pouco depois, ele admitiu que a ex-ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Ellen Gracie, filiada ao PSDB do estado, é cotada para ser sua vice. Também fala-se nos nomes do ex-governador do Ceará Tasso Jereissati e do senador Aloysio Nunes. A decisão será tomada na segunda-feira.


Antes extra-oficial, o Aezão agora ganhou oficialmente a adesão do governador Pezão, que, ontem, pela primeira vez, admitiu que seu palanque não será exclusivo da presidente Dilma Rousseff (PT). Nas últimas semanas, Pezão dizia que pediria votos apenas para Dilma, com quem o PMDB tem aliança nacional fechada.

Porém, ele oficializou ontem sua chapa na disputa pela releição com o apoio de três partidos de oposição a Dilma: DEM, PPS e PSDB. Ficou com o DEM, aliado histórico dos tucanos, a vaga de candidato ao Senado, que será do ex-prefeito César Maia. Pezão disse que não partiu do PMDB a ruptura da aliança exclusiva com os petistas.

“O PT participou do governo durante sete anos e três meses. Tinha duas prefeituras, agora, tem 11. Tem o vice-prefeito da cidade do Rio. Tem um senador eleito na nossa aliança (Lindbergh Farias) e rompeu essa aliança depois de sete anos e três meses, o que abriu essa possibilidade de ter outros palanques em nossa coligação”, justificou Pezão. O governador disse que, além de Aécio e Dilma, seu palanque será do pastor Everaldo (PSC).

César Maia optou pela aliança para reforçar o palanque de Aécio no Rio de Janeiro. O pedido foi feito pelo presidenciável durante encontro no fim de semana na casa do senador em Ipanema, na Zona Sul do Rio. Aécio disse que a aliança com Pezão atende aos interesses do Rio de Janeiro. “Aquilo que foi no passado extremamente importante e alardeado como uma parceria do Rio de Janeiro com a União, no que posso garantir é que a partir do ano que vem a continuidade do governo federal, da união com o Rio de Janeiro, haverá de ser garantida com a eleição de Pezão e com a nossa eleição. Essa é a nova construção política para que o Rio de Janeiro continue a ter uma parceria sólida com o governo federal”, afirmou.

Críticas

Na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, onde assistiu à partida entre Brasil e Camarões ao lado do coordenador da campanha tucana no estado, Alberto Goldman, do deputado Paulo Pereira da Silva e sindicalistas, Aécio considerou autoritária a proposta do governo federal de criação do Sistema Único de Trabalho (SUT) e afirmou que faltou discussão sobre o tema.

Para o senador, o governo estaria preparando um movimento para acabar com o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).
“Se o governo já quase quebrou o FAT, com essa contabilidade criativa, que é uma de suas marcas, fazer uma mudança dessa sem a devida discussão com os trabalhadores, com as centrais, é um equívoco e vamos nos opor fortemente a isso”, afirmou.

Segundo o PSDB, ao criar o SUT, o governo quer centralizar decisões e tirar participação dos trabalhadores e de empresários na destinação dos recursos do FAT. “Algo extremamente grave, e já orientei a bancada na Câmara e no Senado a nos opormos a mais esse gesto autoritário do governo federal e que não atende aos interesses dos trabalhadores brasileiros”, disparou.

 

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