Senador pelo Amapá, Sarney disse que a decisão de se aposentar e não concorrer à reeleição, anunciada formalmente ontem a aliados, deveu-se exclusivamente à sua idade e à condição de saúde dele e da esposa. "Não teve outra, nenhuma interferência se não essa. Ficar cumprindo pela metade minhas obrigações não é do meu feitio", disse, ao lembrar problemas de saúde que o levaram a se ausentar no Senado no ano passado e lembrando também que sua mulher passou por três cirurgias.
Sarney ressaltou que não decidiu pela aposentadoria por falta de capital político ou por medo de perder as eleições em outubro. "Tenho pesquisas na minha mão que me dão uma situação muito confortável, uma delas com 50,6% de preferência do eleitorado, portanto não tenho nenhuma dúvida de que não tem problema nenhum de eleição. O problema é que realmente com 84 anos, com a minha idade, a minha mulher doente, precisando do meu apoio principalmente agora, neste momento que nós estamos já bastante idosos, eu não posso deixar de ter presente esse fato."
O senador citou o seu "prestígio" em âmbito nacional e mencionou seu papel na Presidência, que ocupou de 1985 a 1990, quando "ajudou o país" no momento da transição democrática.
Ele afirmou ainda que, mesmo afastado da vida pública, pretende se colocar "a serviço" do Amapá, Estado que disse estar em seu coração e no qual conquistou "carinho" e "respeito" dos eleitores. "Todo prestígio que tenho e parcela de liderança nacional vai ser colocada a serviço do Amapá como sempre foi", afirmou. Sarney citou ainda avanços do Estado, ao longo de seu mandato como senador, em especial em obras de infraestrutura..