A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira, que não promoverá uma "campanha negativa" durante a disputa eleitoral deste ano. As declarações da petista foram feitas em discurso proferido na convenção nacional do PSD, realizada em Brasília, e demonstram uma alteração na estratégia adotada pelo PT no programa partidário que foi ao ar em rede nacional em maio. Na ocasião, o PT recorreu ao discurso de que era preciso evitar os "fantasmas do passado", em alusão indireta ao PSDB.
Uma candidatura que tem muito o que mostrar não precisa fazer campanha negativa. Quem precisa fazer campanha negativa é quem não tem projetos, propostas para o País. Quem precisa fazer campanha negativa é quem não tem o que mostrar", afirmou Dilma no encontro em que o PSD formalizou apoio à reeleição da petista.
Dilma também ressaltou que a campanha presidencial deverá exigir "muito de cada um" e que os integrantes da base aliada não poderão aceitar provocações dos adversários. "A campanha vai exigir principalmente serenidade para que não aceitemos provocações. Provocações que buscam rebaixar nível do debate e acirrar antagonismo", afirmou. Ela também adotou o mote da necessidade da construção de um ciclo "mais amplo e duradouro". "Somente quem fez transformações rápidas e profundas pode garantir ciclo mais amplo e duradouro. Provamos que somos os mais capazes para continuar mudando o Brasil para melhor".
No encontro, ocorrido em um auditório da Câmara dos Deputados, o PSD oficializou apoio à campanha presidencial da petista com 108 votos a favor, de um total de 114. Ao falar diretamente aos integrantes do PSD, Dilma agradeceu o apoio da legenda. "Tenho muitos motivos para alegrar e agradecer o apoio do PSD, uma das mais promissoras novidades da política brasileira".
Ela também tocou na questão da lealdade do partido em apoiá-la. "Enquanto alguns pregam ódio e confronto, PSD busca ampliar consensos. Kassab é um homem que defende posições. É sério e legal nas suas atitudes. Assumir e cumprir compromissos é algo absolutamente inegociável na atividade política. Lealdade é uma das bases da política feita com grandeza", afirmou Dilma para em seguida emendar: "Engana-se quem defende a tese de que na há compatibilidade entre a lealdade e a política".
Apesar da formalização da aliança com o PT no âmbito nacional, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, ainda avalia a possibilidade de compor chapa com o governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB), candidato à reeleição. Outra opção para o partido seria uma candidatura própria ao governo paulista, com o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles.