Brasília, 25 - Contrariados com a intervenção do Palácio do Planalto na disputa estadual do Rio de Janeiro, integrantes da cúpula do PRB passaram a "reavaliar" a possibilidade de apoiar a candidatura à reeleição da presidente Dilma Rousseff.
Inicialmente, a convenção nacional do PRB estava prevista para ocorrer na sexta-feira, 27. Na ocasião, seria selada a aliança com o PT no âmbito nacional. O encontro foi remarcado para a próxima segunda-feira, 30, prazo final para a composição das chapas que irão disputar as próximas eleições.
"A Executiva Nacional do PRB achou melhor, diante das incertezas dos cenários e da interferência do Palácio do Planalto na conjuntura política do Rio, mudar a data", afirmou o presidente nacional da legenda, Marcos Pereira, ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.
Aliada do governo Dilma, a legenda comanda hoje o Ministério da Pesca com Eduardo Lopes (PRB-RJ), que assumiu a cadeira em março deste ano no lugar do senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), pré-candidato ao governo do Rio. "Foi combinado com o governo federal que eles não iriam interferir na eleição do Rio, já que o Estado teria quatro candidatos da base aliada. O governo interveio de forma forte e veemente por meio dos ministros Ricardo Berzoini [Relações Institucionais] e Aloizio Mercadante [Casa Civil]", afirmou o dirigente.
Questionado sobre quais procedimentos os ministros palacianos tomaram, Pereira afirmou: "Eles chamaram o presidente do PROS, Eurípides Júnior, e pediram que ele fosse com Lindbergh Farias (PT) ou com o Garotinho (PR) e contra o Crivella. Foi o que aconteceu".
Na noite de terça-feira, 24, o PROS anunciou a adesão à campanha ao governo do Rio de Anthony Garotinho (PR). A decisão ocorreu no mesmo dia em que o partido realizou convenção nacional em que oficializou apoio à campanha presidencial de Dilma.
Apesar do descontentamento com o governo, o presidente do PRB não soube dizer se há alguma possibilidade de a legenda rumar com os candidatos presidenciais de oposição Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB). "Não sei, porque vou aguardar as conversas com os integrantes do partido. Uma decisão, só dia 30", afirmou. Segundo ele, caso o partido opte por não seguir com Dilma, colocará o Ministério da Pesca à disposição da presidente.
Novos aliados
Em convenção realizada nesta quarta-feira, 25, em Brasília, o PSD e o PP oficializaram apoio a Dilma na disputa presidencial deste ano. Antes, confirmaram o apoio também o PT, PMDB, PDT e o PROS.
Nesta sexta-feira, o PCdoB se reúne para anunciar que também fará parte do grupo. A tendência é que Dilma consiga construir uma coligação com dez partidos, o que lhe asseguraria o maior tempo de TV e rádio na disputa presidencial: cerca de 11 minutos.