A manobra foi necessária para agradar ao PR e manter Borges no primeiro escalão. Donos de um minuto e dois segundos de televisão, os correligionários de Borges reclamam desde o início do ano da gestão dele à frente da pasta. Dizem que o ex-senador fecha obras sem avisar e não libera emendas.
A demissão de Borges foi acelerada na noite de terça-feira, após uma reunião da coordenação de campanha com a petista. No encontro, foi discutida a audiência que representantes do PR tinham tido pela manhã com o ministro das Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, em que eles disseram mais uma vez que Borges não os representava. A ala rebelde do PR argumenta que o ministro fazia parte da cota pessoal da presidente e aceitou de volta o ex-ministro Paulo Passos, que tinha sido demitido do cargo pelo mesmo motivo: não atender as demandas do partido.
“Autônomo”
A bancada, entretanto, afirma que Passos pelo menos recebia os parlamentares e era quase “autônomo” na pasta. “Ele é um técnico e sempre foi muito solidário. Tenho certeza de que fará um bom trabalho”, diz o deputado Inocêncio de Oliveira (PR-PE). Entre os deputados, a avaliação é que a troca atende especialmente à bancada mineira do PR, exatamente a mais próxima de Aécio Neves. Borges foi informado da troca de pastas na manhã de ontem pela presidente, no Palácio da Alvorada. O substituto dele nos Transportes e o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, também estavam presentes. Antônio Henrique chegou a ser convocado ao Palácio, onde permaneceu por menos de 10 minutos. Na noite de ontem, o Planalto oficializou, em nota, a troca dos ministros. .