O evento terminou em tumulto após a aprovação relâmpago de uma resolução conferindo à executiva nacional do PP o direito de deliberar sobre a aliança na eleição para a Presidência da República, sem colocar em votação a opção de o partido se manter neutro na disputa presidencial, como defende o diretório gaúcho. Enquanto os dissidentes protestavam contra a resolução, o presidente nacional da sigla, senador Ciro Nogueira (PI), fez uma breve reunião da executiva que aprovou a coligação com o PT. Depois, em comunicado publicado na internet, o partido oficializou o apoio à reeleição de Dilma Rousseff.
Ontem mesmo, representantes do PP protocolaram uma ação cautelar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedindo uma liminar para suspender os efeitos da convenção em Brasília. A senadora gaúcha Ana Amélia Lemos, pré-candidata do PP ao governo do Estado, publicou em sua página do Facebook uma cópia da ação protocolada junto ao TSE.
"Entendemos que a decisão (sobre a coligação com o PT) não foi legítima, pois a maior parte dos convencionais não foi consultada. Por isso, juntamos provas suficientes para embasar a ação no TSE e buscar que o partido encaminhe sua decisão de forma democrática", disse Ana Amélia em post na rede social.
Em nota publicada ontem na página do PP na internet, Ciro Nogueira ressaltou que a decisão sobre o apoio à candidatura de Dilma Rousseff foi tomada em comum acordo com a maioria e que a discordância de dois diretórios estaduais (Rio Grande do Sul e Minas Gerais) faz parte do processo democrático.
O PP gaúcho, no entanto, alega que outros diretórios, como Santa Catarina, Rio de Janeiro e Goiás, também eram favoráveis à neutralidade. Segundo Celso Bernardi, se o processo tivesse sido mais transparente, a opção pela neutralidade teria saído vitoriosa. "Tiraram o nosso direito de voz e voto.
No Rio Grande do Sul, o PP formou aliança com o PSDB de Aécio Neves. Ana Amélia teme que, com o apoio do partido ao PT no âmbito nacional, não possa usar a imagem do senador mineiro em sua propaganda eleitoral..