O presidente do PP no Rio Grande do Sul, Celso Bernardi, afirmou nesta quinta-feira, 26, que confia na anulação da convenção do partido, realizada nesta quarta-feira, 25, em Brasília. "Confiamos que a Justiça não dará validade a uma convenção antidemocrática que não respeitou os direitos dos seus convencionais", disse.
Ontem mesmo, representantes do PP protocolaram uma ação cautelar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedindo uma liminar para suspender os efeitos da convenção em Brasília. A senadora gaúcha Ana Amélia Lemos, pré-candidata do PP ao governo do Estado, publicou em sua página do Facebook uma cópia da ação protocolada junto ao TSE.
"Entendemos que a decisão (sobre a coligação com o PT) não foi legítima, pois a maior parte dos convencionais não foi consultada. Por isso, juntamos provas suficientes para embasar a ação no TSE e buscar que o partido encaminhe sua decisão de forma democrática", disse Ana Amélia em post na rede social.
Em nota publicada ontem na página do PP na internet, Ciro Nogueira ressaltou que a decisão sobre o apoio à candidatura de Dilma Rousseff foi tomada em comum acordo com a maioria e que a discordância de dois diretórios estaduais (Rio Grande do Sul e Minas Gerais) faz parte do processo democrático.
O PP gaúcho, no entanto, alega que outros diretórios, como Santa Catarina, Rio de Janeiro e Goiás, também eram favoráveis à neutralidade. Segundo Celso Bernardi, se o processo tivesse sido mais transparente, a opção pela neutralidade teria saído vitoriosa. "Tiraram o nosso direito de voz e voto. Nem sequer temos candidato na chapa majoritária que concorre à Presidência da República. As eleições estaduais deveriam ser prioridade, mas o que vimos foi uma ode em defesa dos interesses de um pequeno grupo do partido. Sem dúvida saímos divididos dessa Convenção", afirmou.
No Rio Grande do Sul, o PP formou aliança com o PSDB de Aécio Neves. Ana Amélia teme que, com o apoio do partido ao PT no âmbito nacional, não possa usar a imagem do senador mineiro em sua propaganda eleitoral.