Segundo pesquisa CNI/Ibope, a avaliação positiva do governo é de apenas 31% e a rejeição à Dilma chegou a 43%.
Logo após os xingamentos dirigidos a Dilma no estádio em São Paulo, Lula culpou a “elite” e os petistas passaram a apostar em um discurso que dividia o eleitorado entre “nós”, o “povo”, o PT, o governo e seus aliados, contra “eles”, a “elite branca” e os adversários políticos. O ex-presidente chegou a falar em “ódio entre classes” fomentado pela “elite” com incentivo da imprensa. Carvalho, titular da Secretaria-Geral da Presidência, foi o primeiro a apontar a para a direção oposta em conversa com blogueiros, na semana passada, quando disse que a insatisfação já chegou a parcelas importantes da população, e que o PT estava errando no diagnóstico.
na ùltima quarta-feira (25), em entrevista ao Jornal do SBT, Lula mudou o discurso e admitiu que o PT teve culpa por não “cuidar disso (do clima de insatisfação) com carinho”.
Ontem, dirigentes do partido acompanharam o ajuste no discurso do ex-presidente.
“Não temos conseguido fazer um debate político. Ficamos apanhando muito tempo sem responder adequadamente. Isso inclui o PT, o governo e tudo mais”, disse o líder do PT no Senado, Humberto Costa.
Segundo ele, pesquisas mostram que a insatisfação é difusa, não tem motivos objetivos, partiu da elite mas chegou às camadas mais populares da sociedade. “O diagnóstico está concluído. Agora estamos fazendo o debate que não fizemos”, disse.
O secretário nacional de comunicação do PT, José Américo Dias, classificou como “óbvio” o descontentamento em relação ao governo. Os ajustes no discurso petista ocorreram um dia depois de uma reunião do comando da campanha dilmista em Brasília. Dessa reunião participaram, além de Dilma e Lula, ministros do governo, dirigentes petistas e o marqueteiro João Santana.
Segundo fontes do partido, a avaliação é que o discurso de vitimização de Dilma, usado depois do episódio dos palavrões na abertura da Copa, “rendeu o que tinha que render” e agora é hora de defender o legado do governo, em especial no combate à corrupção. Isso não impede, porém, que a vitimização da presidente volte a ser usada, caso necessário, segundo petistas.
Embora as declarações de Carvalho tenham causado mal estar e críticas entre seus companheiros por supostamente desmontar o discurso de “nós” contra “eles” construído por Lula, a avaliação do ministro foi considerada correta e pesou no ajuste do discurso. “É a opinião de um companheiro valoroso”, disse o presidente do PT, Rui Falcão.
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