Representantes do PP gaúcho se revoltaram na convenção, com a aprovação de uma resolução conferindo à executiva nacional do PP o direito de deliberar sobre a aliança na eleição para a Presidência da República sem colocar em votação a opção de o partido se manter neutro na disputa presidencial. Enquanto os dissidentes protestavam contra a resolução, o presidente nacional da sigla, senador Ciro Nogueira (PI), fez uma breve reunião da executiva que aprovou a coligação com o PT e, consequentemente, o apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff.
Segundo Ana Amélia, o PP gaúcho já contava com a possibilidade de que o TSE decidisse pela legalidade da convenção. "Sabíamos que o desfecho poderia ser este. Nosso grande objetivo era marcar uma posição. E esta posição ficou muito clara", revelou. "Defendemos a neutralidade para que os territórios tenham liberdade de apoiar os candidatos que desejam. No nosso caso é o candidato Aécio Neves (PSDB)."
No RS, o PP se coligou com PSDB, Solidariedade e PRB.
Ana Amélia também disse que as lideranças do PP no Rio Grande do Sul ainda tentarão encontrar outro mecanismo para reverter a decisão da executiva nacional, considerada antidemocrática. "Mas já estamos satisfeitos com a repercussão que o episódio teve", afirmou. "Prejuízo é para quem tomou uma decisão arbitrária nacionalmente. Para nós, bem pelo contrário, saímos com uma posição extremamente favorável pela repercussão que teve nossa atitude naquela convenção."
A senadora explicou que, sem a neutralidade, será mais complicado que os Estados tenham o direito de usar a imagem dos candidatos que apoiam em suas propagandas de campanha. "Vamos ter que respeitar a lei. É uma situação que também vive o PMDB, porque o diretório nacional apoia a Dilma e aqui eles apoiam o Eduardo Campos (PSB). Nós estamos na mesma situação, e talvez possamos discutir em conjunto o que fazer.".