A uma semana do início das campanhas, a disputa pelo Palácio Tiradentes ainda passa longe do pensamento dos eleitores de Minas Gerais. É o que mostra a primeira pesquisa MDA/EM Data encomendada pelo Estado de Minas sobre a sucessão estadual, segundo a qual 45% do eleitorado mineiro manifestou indecisão ou desejo de votar em branco ou nulo na eleição que definirá o próximo governador. Entre os candidatos, o ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
Neste primeiro cenário colocado, 29,3% não souberam ou não responderam em quem vão votar e 15,7% disseram anular ou deixar em branco a escolha. Abaixo de Pimentel e Pimenta aparecem o deputado federal Júlio Delgado (PSB) com 6,6% das intenções, Vanessa Portugal (PSTU) com 4,5% e Fidélis Alcântara (PSOL) com 1,3%. A pesquisa, sob o registro MG00048/2014, foi feita entre os dias 22 e 26 de junho, antes da definição do cenário eleitoral em Minas – por isso permanecem nomes de candidatos que já não estão mais no páreo, como Júlio Delgado, que foi substituído no PSB pelo pai, o ex-prefeito de Juiz de Fora Tarcísio Delgado. Foram ouvidas 2002 pessoas. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais.
No segundo cenário avaliado, quando o candidato do PSB é o ambientalista Apolo Heringer – que também saiu da disputa –, Pimentel tem 29,3% e Pimenta 16,5%. Os que não votam em nenhum dos dois ainda são maioria: 29,8% não sabem ou não responderam e 17% escolheram votar em branco ou nulo. Nesta situação, Vanessa Portugal, que retirou sua candidatura em favor de uma frente de esquerda que mantém o nome de Fidélis Alcântara, teria 4,9% da preferência. Apolo aparece com 0,9% e Fidélis com 1,5%.
Em um eventual segundo turno, Fernando Pimentel venceria com 36,8% da preferência, contra 22,3% de Pimenta da Veiga, enquanto 24,1% não souberam ou não responderam em quem votariam e 16,8% não optaram por nenhum dos dois.
Na pesquisa espontânea para o governo, Pimentel apareceu em primeiro com 6,4% das intenções de voto, seguido pelo senador Aécio Neves (PSDB), que teve 4,6%. Pimenta da Veiga apareceu com 2,8%. Quando não são colocados nomes para o eleitor, 71,5% não souberam ou não responderam em quem votar e outros 11% afirmaram que não votariam em ninguém ou escolheriam branco ou nulo.
Anastasia Na única vaga ao Senado em disputa, o ex-governador Antonio Anastasia (PSDB) sai na frente entre os eleitores ouvidos pelo MDA, com a preferência de 53,1%. Depois dele, 16,3% não souberam ou não quiseram responder e 13,9% afirmaram que não votariam em nenhum dos candidatos apresentados, assinalando branco ou nulo. Outros 10,2% optaram pelo presidente do Atlético, Alexandre Kalil (PSB), mas nesta semana o empresário anunciou que não será candidato a nenhum cargo por causa da decisão do seu partido de lançar candidato próprio ao governo. Os 6,4% restantes afirmaram votar no empresário Josué Gomes (PMDB), que depois de lançado candidato adotou o nome de Josué Alencar.
Para o diretor do MDA/EM Data, Marcelo Costa Souza, o levantamento mostra uma grande indefinição da sucessão ao governo. “É preciso aguardar a oficialização das chapas que efetivamente disputarão o governo, o término da Copa do Mundo e o início das campanhas para o eleitor mineiro começar a decidir em quem vai votar”, afirmou.
Segundo Marcelo Costa Souza, ainda não é possível avaliar que impacto terá a mudança da candidatura no PSB, que trocou Júlio Delgado e Apolo pela candidatura de Tarcísio Delgado. Até então, o partido também estudava a possibilidade de apoiar a candidatura de Pimenta da Veiga. Também houve alteração na frente de esquerda. O pesquisador atribui a vantagem de Pimentel sobre Pimenta pelo fato de o primeiro ser mais conhecido por ter sua atuação como prefeito e ministro mais recente. Costa Souza lembra que nas últimas eleições a indefinição se manteve alta até os dias que antecederam o pleito. “E este ano não há tendência para reversão desse quadro”, diz. Já Anastasia sai com considerável vantagem sobre os demais candidatos na corrida pelo Senado.
Pesquisas exclusivas
Pesquisas de empresas que trabalham com candidatos não serão publicadas na íntegra pelo Estado de Minas. O diretor de Redação, Josemar Gimenez de Resende, destaca que o principal objetivo de contratar pesquisas próprias e exclusivas é garantir a independência editorial e manter a credibilidade.