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Estado de Minas

Ex-craques e dirigentes do futebol vão disputar as eleições deste ano

No ano da Copa do Mundo no Brasil, ex-atletas e dirigentes esportivos fazem os últimos preparativos para brigar pelo voto dos torcedores e tentar uma cadeira no Legislativo


postado em 30/06/2014 00:12 / atualizado em 30/06/2014 07:15

Enquanto a Seleção Brasileira luta para conquistar o título de hexacampeã do mundo, ex-craques da bola começam a entrar em campo para a competição das urnas. Cobiçados por partidos, jogadores de futebol que já penduraram as chuteiras confirmam escalação para as eleições de outubro. No Rio, Romário (PSB) quer fazer gol de placa na briga pelo Senado. Em Minas, o ex-atacante do Atlético Mineiro Marques (PTB) tenta se reeleger deputado estadual. O ídolo corinthiano Marcelinho Carioca (PT) também concorre à Assembleia Legislativa, mas em São Paulo. Já os goleiros Raul Plassmann (PSC-MG) e Danrlei (PSD-RS) e o atacante Washington (PDT-RS) disputam posições na Câmara dos Deputados. E outros nomes podem ser convocados até segunda-feira, quando encerra o prazo estabelecido pela Justiça Eleitoral para a escolha de candidatos.


Apostas dos partidos para conquistar torcedores, ou melhor, eleitores, dirigentes dos principais clubes de Minas também foram sondados para entrar na bancada da bola. O presidente do Atlético Mineiro, Alexandre Kalil, foi aclamado em convenção do PSB para disputar a eleição para deputado federal, mas acabou desistindo na última hora. Mesmo assim, não hesita em filosofar sobre o assédio recebido pelas personalidades do futebol. “Não preciso fazer campanha, basta contar que sou candidato. Não preciso provar o que sei fazer. Mostrei como se faz”, afirma, em referência à conquista da Copa Libertadores da América, no ano passado.

Estreante na política, o presidente do Cruzeiro, Gilvan de Pinho Tavares, está oficialmente no páreo e concorre a deputado estadual pelo PV. “Temos a expectativa de ele ser nosso puxador de votos pela história vitoriosa que tem”, reforça o presidente municipal do PV na capital mineira, Sérgio Fernandes. Com a ajuda de Gilvan, a intenção é aumentar a bancada da legenda de cinco para seis ou sete deputados. É bom lembrar que a força do time celeste já conseguiu eleger o ex-presidente do clube o ex-deputado federal e hoje senador Zezé Perrella (PDT-MG), além do filho dele, o deputado estadual Gustavo Perrella (SDD), que sai agora candidato à Câmara dos Deputados.

Nas eleições, Gustavo Perrella vai disputar votos com o ex-goleiro Raul Plassmann (PSC-MG), também candidato a deputado federal. Raul passou por times como Atlético Paranaense, São Paulo e Flamengo, mas foi no Cruzeiro que fez história, ao inovar e usar uma camisa amarela em lugar do tradicional uniforme preto dos goleiros. Em 2010, ele concorreu à Câmara pelo Paraná, mas não teve sucesso nas urnas. Outro nome do esporte que parte para tentar emplacar novamente como político é o ex-atacante do Corinthians Marcelinho Carioca (PT-SP), candidato a deputado estadual. Acostumado a brilhar nos gramados, o ex-jogador fracassou na tentativa de se eleger vereador, em 2012, na capital paulista.

AUDÁCIA
No primeiro mandato como deputado federal, Romário (PSB-RJ), artilheiro do Brasil no tetra, levou a confiança do estádio para o plenário e, mesmo com curta carreira política, almeja alcançar o cargo mais alto do Legislativo. Eleito com 146 mil votos, o baixinho agora compete por votos no Senado. No dia da confirmação da candidatura, na semana passada, ele manteve o discurso cauteloso de jogador durante campeonatos. “Será uma caminhada dura até a eleição, a primeira vitória foi conquistada hoje. Conto com o apoio de todos vocês para alcançarmos uma nova vitória no dia da eleição”, disse.

Quem também vai tentar alçar voos mais altos é Washington (PDT-RS), ex-atacante do Fluminense. Conhecido como Coração Valente, por ter enfrentado problema no coração, ele é atualmente vereador em Caxias do Sul (RS) e agora vai tentar se eleger deputado federal. Na corrida pela Câmara dos Deputados, Washington terá que enfrentar Danrlei (PSD-RS), veterano nos gramados e no plenário. Um dos maiores ídolos da torcida do Grêmio, Danrlei conquistou cadeira para deputado federal nas eleições de 2010.

TRADIÇÂO
Já o atacante Marques, ídolo do Galo, foi mais conservador e é candidato novamente a deputado estadual, cargo em que quer fazer história. Em 2010, ele foi o segundo mais votado na Assembleia, com 153 mil votos. “Somos mais conhecidos, mas temos quatro anos para ser avaliados. Sabemos muitas histórias de ex-atletas que não conseguiram dar continuidade”, diz. A mudança dos campos para o plenário foi pensada antes de o jogador pendurar as chuteiras. “Queria de alguma forma continuar um trabalho para contribuir para o bem-estar das pessoas”, afirma.

Outros colegas de Marques do universo do futebol também tentam mais uma vitória no campeonato das urnas na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. O ex-goleiro do Atlético João Leite, que já foi vereador e secretário de Esportes de BH, vai disputar o hexa na casa legislativa. Agora, mais com a torcida dos evangélicos, seus principais apoiadores. Em seu terceiro mandato, Gustavo Valadares (PSDB), filho de Ziza Valadares, ex-presidente do Atlético, também está na disputa, junto com os radialistas esportivos João Vítor Xavier (PSDB) e Mário Henrique Caixa (PCdoB). Ambos estão no primeiro mandato e lançam novamente candidatura a deputado estadual.

Palavra de especialista

Sílvio Ricardo da Silva, coordenador do Grupo de Estudos sobre Futebol e Torcidas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Oportunidade e oportunismo

Futebol e política envolvem paixão, interesse e dinheiro. Muitos jogadores que encerram a carreira ficam sem ter o que fazer e, aproveitando o prestígio no esporte, entram para a política. Mas, historicamente, vemos que os jogadores são bastante subservientes dentro dos clubes e com pouca opinião, e isso acaba não mudando. A eleição de ex-jogadores e pessoas ligadas ao esporte não deixa de ser um oportunismo dos partidos, que, ao trazer esses ícones como candidatos, conseguem eleger outros candidatos. Como o clubismo no país é muito forte, o torcedor quer que seu clube tenha representação na política e não separa o que é um representante de clube de um representante do povo no Legislativo.

 


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