Jornal Estado de Minas

Executiva do PR vai ao Planalto e confirma apoio a Dilma

Depois do encontro, o senador Antônio Carlos Rodrigues disse que a presidente comemorou e agradeceu o apoio do PR, relembrando que estão juntos desde 2002

A presidente Dilma Rousseff recebeu nesta segunda-feira, 30, a executiva do PR, com 23 dos 24 integrantes, liderada pelos senadores Alfredo Nascimento (AM) e Antônio Carlos Rodrigues (SP), que foram confirmar o apoio à aliança com o PT e à candidatura à reeleição dela.
O encontro ocorreu no final da manhã desta segunda-feira, no gabinete da presidente no Palácio do Planalto.

O partido assegurou ainda à presidente Dilma o tempo de TV do PR: um minuto e oito segundos. "Dos 24 membros, 23 (votos) foram para o PT, pró-Dilma, e um voto para o PSDB, do líder Bernardo Santana de Vasconcelos (PR-MG), que mandou procuração e votou pelo apoio ao Aécio (Neves, candidato tucano ao Planalto)", disse Nascimento.

Questionado se o tempo de TV foi significativo na hora de apoiar a aliança, Nascimento respondeu: "Naturalmente que é importante. É um minuto e oito segundos e isso dobrado são 2 minutos e 16 segundos (diários, contando os dois blocos de propaganda) que deixam de ir pro adversário".

De acordo com Nascimento, a troca do ministro César Borges do Ministério dos Transportes para a Secretaria de Portos foi um gesto que fez com que o PR "entendesse a boa vontade do governo" e "fizesse a opção" de apoiar a reeleição de Dilma. No lugar de Borges, a presidente colocou Paulo Sérgio Passos nos Transportes, que já havia ocupado a pasta.

O presidente do PR, Alfredo Nascimento, fez questão de ressaltar, no entanto, que a escolha do nome de Paulo Sérgio Passos para os Transportes não foi do partido, mas uma decisão da presidente Dilma. "O gesto do governo de afastamento (de César Borges), colocando um outro ministro que também não é indicação nossa, foi escolha da presidente", lembrou o senador. O PR ameaçou retirar apoio a Dilma se César Borges não deixasse o cargo. O ex-deputado Valdemar Costa Neto, condenado pelo Mensalão, comandou a revolta do PR contra o Planalto.

Depois do encontro, o senador Antônio Carlos Rodrigues disse que a presidente comemorou e agradeceu o apoio do PR, relembrando que estão juntos desde 2002, com a chegada do ex-vice presidente José Alencar.
Falaram sobre a situação da coligação PR e PT nos demais Estados. "A conversa foi ótima e descontraída. A presidente comentou até a tensão que viveu no jogo ((de sábado, entre Brasil e Chile)", disse o senador. O ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, também participou da audiência.

Na semana passada, após acertar a troca nos Transportes, a presidente disse, na convenção nacional do PSD, que "engana-se quem defende a tese de que não há compatibilidade entre a lealdade e política". Questionado pelo Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, se havia faltado lealdade do PR ao Planalto, o prefeito de Salesópolis (SP), Benedito Rafael da Silva, que participou da reunião com Dilma no Planalto, afirmou que o "PR sempre foi leal" à presidente..