Jornal Estado de Minas

Gustavo Perrella é alvo de denúncia do MP por enriquecimento ilícito

Segundo o Ministério Público o deputado - que é filho do senador Zezé Perrella -, teria sido restituído pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais por gastos com sua aeronave em atividades particulares

Marcelo Ernesto
A aeronave utilizada por Gustavo Perrella é ded propriedade da Limeira Agropecuária, de propriedade da família dele - Foto: Guilherme Dardanhan/ALMG

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) denunciou o deputado estadual Gustavo Perrella (SDD) por improbidade administrativa. Segundo a denúncia, o parlamentar teria usado verba pública para abastecer a aeronave registrada em nome da Limeira Agropecuária, - de propriedade dele e de outros familiares - em atividades particulares. O valor do combustível teria sido ressarcido pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais no valor de R$ 14 mil. Ao todo, foram feitos, segundo a denúncia, 21 pedidos de reembolso no ano passado. O MP acusa Perrella de enriquecimento ilícito e lesão ao erário.

A aeronave que teria sido abastecida com dinheiro público é a mesma que foi apreendida em novembro do ano passado no interior do Espírito Santo com cerca de 445 quilos de cocaína. Logo após o episódio, a Assembleia de Minas decidiu que os gastos dos parlamentares com custeio de aeronaves não seriam mais restituídos pela Casa. Os deputados do Legislativo mineiro podiam usar até R$ 5.000,00 da verba mensal indenizatória – que é de R$ 20 mil -, para gastos com transporte.
A medida, no entanto, não era retroativa sobre os valores anteriores. Além disso, o piloto Rogério Almeida Antunes, que trabalhava como agente de serviço de gabinete na terceira Secretária, e que conduzia a aeronave durante a apreensão, foi exonerado. Em relação a denúncia de envolvimento do deputado com o transporte da droga, a Polícia Federal descartou a participação de Perrella.

De acordo com a denúncia do MP, ficou comprovado que Gustavo Perrella utilizava a aeronave para atividades que não tinham nenhuma relação com sua atividade parlamentar. “Houve, pois, manifesto desvio de finalidade na conduta do deputado estadual, importando enriquecimento ilícito, com a direta violação do interesse público, dos princípios da moralidade administrativa, da razoabilidade e da impessoalidade”, afirmaram os promotores na Ação Civil Pública.

A reportagem tentou contato com Gustavo Perrella, mas ele não atendeu as ligações. O mesmo aconteceu no gabinete do deputado na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. .