A frase do governador é uma referência ao fato de a candidatura de Paulo Skaf, pelo PMDB, ter recebido na segunda-feira (30), o apoio do deputado Paulo Maluf e do PP. Ele procura, com ela, reduzir a importância do PT como rival direto do PSDB nas últimas duas décadas e ao mesmo tempo alfinetar a candidatura de Skaf, seu rival direto, no momento, na disputa de outubro.
Na mais recente pesquisa Datafolha, Alckmin lidera a disputa com 44% das intenções de voto, seguido de Paulo Skaf com 21%. O candidato do PT, Alexandre Padilha, tem 3%.
Na entrevista, o tucano empenhou-se também em defender a imagem do PSDB como um partido unido para as eleições de outubro, ao comentar a decisão do ex-governador José Serra de se candidatar ao Senado - e não à Câmara dos Deputados, como fora antes anunciado. “O nosso candidato, e isso vale para o Senado, para presidente da República, é o do meu partido.
Mudança
O destaque à presença de Maluf na campanha de Paulo Skaf já antecipa uma possível estratégia da campanha eleitoral de Alckmin. Maluf, com seu apoio ao peemedebista, carrega consigo os processos por fraude e lavagem de dinheiro movidos contra ele e o fato de ser procurado pela Interpol e não poder deixar o País. Maluf havia anunciado no dia 30 de maio sua adesão à candidatura de Padilha, mas a trocou no último momento pela adesão a Skaf e ao PMDB, a 30 de junho. A explicação do PP para o gesto foi que o partido tem chance de formar uma bancada bem maior com Skaf do que com o PT.
Na avaliação de auxiliares do governador, no Palácio dos Bandeirantes, no entanto, seria melhor para a reeleição de Alckmin que Maluf continuasse com Padilha e o PT. Seria mais fácil, segundo esses auxiliares, derrotar mais uma vez o petismo - o que o PSDB já conseguiu seguidas vezes - do que um candidato novo, distante do universo petista e apoiado por um partido com história e estrutura organizada em todo o Estado. .