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Estado de Minas

PSB pode ter palanque esvaziado com racha em MG

A candidatura de Tarcísio Delgado ao governo de Minas foi decidida por uma comissão definida na convenção do partido


postado em 08/07/2014 13:07 / atualizado em 08/07/2014 13:21

Belo Horizonte - O ex-governador e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos (PE), conseguiu impor uma candidatura própria do partido em Minas Gerais, mas deve encontrar um palanque esvaziado no segundo maior colégio eleitoral do país. O ex-vice-presidente do diretório socialista mineiro, Mário Assad, anunciou sua desistência de disputar uma vaga na Câmara dos Deputados, bem como seu afastamento da direção da legenda.

O ex-ministro Walfrido dos Mares Guia já havia se desfiliado do PSB para assumir a coordenação da campanha da presidente Dilma Rousseff no Estado e os integrantes do Rede Sustentabilidade, liderados pelo ambientalista Apolo Heringer, afirmam que não estarão no palanque socialista. A justificativa é a forma como o ex-prefeito Tarcísio Delgado foi escolhido para representar o partido na disputa pelo governo estadual.

Em carta enviada à direção do PSB no fim de semana, Assad afirmou que desiste da candidatura a deputado federal porque o PSB mineiro tornou-se "terra de ninguém, onde a unidade e postura ideológica tornaram-se meras postulações abstratas". Criticou também os correligionários que "dizem e fazem o que querem" e "servem a quaisquer senhores".

O prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), declarou que estará ao lado do candidato tucano ao governo, o ex-ministro Pimenta da Veiga, por "coerência", já que foi reeleito em aliança com o PSDB capitaneada pelo senador tucano Aécio Neves, adversário de Eduardo Campos na corrida presidencial. Os tucanos também têm o apoio da bancada socialista na Assembleia Legislativa, além de lideranças do PSB como o presidente do Atlético-MG, Alexandre Kalil, que tentará conquistar uma vaga na Câmara embalado pelo título do Galo na Taça Libertadores em 2013.

Mário Assad também afirmou ter sido "coerente" com os "ideais de socialismo e liberdade", mas disse ter sido "voz quase solitária nas articulações políticas" do PSB, que enfrenta quadro de "completa desagregação". O partido rachou em meio à escolha do candidato ao governo. O próprio presidente do diretório mineiro do PSB, deputado federal Júlio Delgado, havia declarado apoio ao candidato tucano ao governo até lançar a própria pré-candidatura para fazer frente a Apolo Heringer, que reivindicava a indicação da legenda para a disputa estadual.

A candidatura de Tarcísio Delgado, que é pai de Júlio, foi decidida por uma comissão definida na convenção do partido. "Em nenhum momento agi com dissimulação de meus propósitos. Defendi a candidatura própria ao governo do Estado que se apresentasse como alternativa e não uma chapa escolhida a critério exclusivo do presidente da legenda, composta, inclusive, com figura sem expressão política", disse Assad. A chapa encabeçada por Tarcísio tem Sílvia Reis (PRTB) como candidata a vice-governadora e Margarida Vieira (PSB) para o Senado.

Walfrido

Quase um ano após ser trocado por Júlio Delgado na presidência do PSB mineiro por decisão de Eduardo Campos, o ex-ministro Walfrido dos Mares Guia pediu a desfiliação da legenda para se dedicar à campanha da presidente Dilma Rousseff. Amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-ministro terá as funções de representar a candidatura petista em Minas e principalmente de atuar com lideranças regionais de partidos que apoiam a reeleição da presidente, mas, em Minas, integram a base de apoio ao PSDB, assim como aliança em torno de Pimenta, cuja coligação reúne 15 partidos.


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