São Paulo - O deputado estadual Luiz Moura disse nessa terça-feira que não vai desistir do recurso à Justiça para disputar a reeleição e comparou a decisão do PT que barrou sua candidatura ao julgamento do mensalão. "Não fui citado, não foi aberto prazo para eu apresentar defesa. O partido reclama que (o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim) Barbosa não deu direito de defesa aos réus do mensalão, e estão fazendo a mesma coisa comigo", afirmou.
Em junho de 2013, reportagem do Estado revelou que Moura havia sido condenado pela Justiça em Umuarama (PR), pela participação em um assalto a mão armada, em 1991, e que ele havia fugido da prisão após ficar um ano e meio na cadeia. Em 2006, ele conseguiu a reabilitação judicial e, quatro anos depois, foi eleito para a Assembleia Legislativa pelo PT.
Com a suspensão imposta pelo PT, Moura foi impedido de se inscrever na chapa de candidatos a deputado estadual confirmada pela convenção estadual do PT, no mês passado. Por isso, o parlamentar entrou com ação na Justiça para ser incluído na lista. A liminar foi assinada pelo juiz Fernando Oliveira Camargo no sábado.
Sem recuo
Moura afirmou que pretende insistir com a ação na Justiça mesmo que o processo se estenda até depois das eleições de outubro. "Aí, se a Justiça me der ganhou de causa, como acredito que vai dar, a decisão será retroativa", considera. "Se o PT não vai recuar, eu também não vou. Não vou abrir mão de um direito meu, que é ser candidato." O deputado alega não ter tido direito de se defender nas instâncias partidárias.
Moura também postou uma cópia da liminar e escreveu em post no Facebook: "A justiça existe. Obrigado Senhor pelo reconhecimento e por iluminar o Judiciário a também reconhecer a verdade".
Dentro do PT, a postura de Moura é vista como "inconcebível" e a cúpula do partido vai insistir em mantê-lo fora da lista de candidatos a uma vaga na Assembleia. Segundo dirigentes do partido, quem representou contra o partido na Justiça ou desistiu do processo ou acabou expulso da legenda.