Candidato ao governo de Minas, o ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Fernando Pimentel (PT) criticou nessa quarta-feira o endividamento do estado e afirmou ainda que o Executivo não foi capaz de adotar estratégias que aliviassem o peso sobre os cofres públicos. O candidato não comentou, entretanto, a pressão que Minas Gerais e outros estados têm feito nos últimos anos para mudar o indexador do débito com a União e substituir o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) e taxas que variam de 6% a 9% ao ano para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mais 4% ao ano ou a taxa Selic. Projeto nesse sentido tramita no Congresso Nacional e já foi aprovado no plenário da Câmara e nas comissões de Assuntos Econômicos e de Constituição e Justiça do Senado. “Minas Gerais é hoje o estado com o maior endividamento – deve estar na casa dos R$ 41, 42 bilhões (a dívida mineira hoje ultrapassa os R$70 bilhões). Uma parte disso é antiga e outra, nova”, afirmou Pimentel, que propõe outras estratégias para tratar a questão. “O Estado poderia ter usado os recursos que obteve para abater a dívida antiga, porque ela tem taxas de juros muito altas por ter sido pactuada em condições muito desfavoráveis”, completou.
Se eleito, ele promete levar a questão para ser discutida na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Desde que os empréstimos “antigos” foram contratados “não foi feita nenhuma grande renegociação nacional”, afirmou Pimentel. “Estão pegando dinheiro novo para investimentos e deixando a dívida velha pesar fortemente sobre o orçamento do estado. Tudo isso será objeto de reflexão”, disse o candidato que, ainda no começo da disputa pelo Palácio da Liberdade, se reuniu ontem com a base aliada para avaliar os rumos da campanha.
A reunião ocorreu em um hotel no Barro Preto, Região Centro-Sul da capital. Na semana que vem, a intenção de Pimentel é voltar a botar o pé na estrada, reforçando a campanha no interior de Minas. De tarde, ele se reuniu com entidades ligadas à Polícia Militar (PM) e levantou problemas na segurança pública para serem tratados em seu programa de governo. “Há uma falta de entrosamento em relação às duas polícias. No interior, há municípios com guarnição e viatura, mas que não têm a delegacia da Polícia Civil. O detido e a testemunha precisam ser levados para outra cidade”, criticou.