Brasília, 10 - Dois dias após a humilhante derrota da seleção brasileira na Copa do Mundo, o vice-presidente Michel Temer afirmou que é preciso distinguir o "sucesso administrativo" da preparação do Mundial e o desempenho do Brasil dentro de campo. Para Temer, a Copa teve uma "organização perfeita" em termos de aeroportos e foi um "sucesso absoluto" na organização administrativa.
Conforme informou nesta quinta-feira, 10, o jornal O Estado de S.Paulo, a presidente Dilma Rousseff ajustou o discurso para neutralizar o "efeito Copa" sobre a campanha da reeleição. O Palácio do Planalto pretende focar a defesa na "administração" do Mundial, em uma tentativa de conter a insatisfação generalizada com o desempenho da seleção brasileira nos gramados.
"Acho que são duas coisas distintas que estão fazendo uma certa confusão. Uma coisa é perguntar sobre o sucesso administrativo da organização da Copa. Vocês sabem que isto repercutiu na imprensa mundial e na imprensa brasileira muito positivamente. (Houve) Uma organização perfeita em termos de aeroportos, que funcionaram excepcionalmente bem. O acesso aos estádios, os próprios estádios. Então, a organização administrativamente foi perfeitíssima", afirmou Temer a jornalistas.
"Agora, outra coisa é o jogo de futebol. Nós, é claro, como brasileiros, torcíamos para que o Brasil chegasse à final. Não podemos confundir uma coisa com a outra. O que importa para o governo é o seguinte: houve sucesso na organização administrativa? Sucesso absoluto", disse.
Questionado pelo Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, sobre o cenário da Copa do Mundo após a derrota da seleção, o vice-presidente retrucou: "Vocês querem que eu chore?"
Insucesso
O vice-presidente reconheceu que "lamentavelmente" houve insucesso na Copa do Mundo no tocante ao futebol da seleção brasileira. "Mas a vida segue e segue com esta organização administrativa que se deu no caso da Copa para a organização administrativa dos demais setores do Brasil", avaliou.
A presidente Dilma Rousseff acompanhará a partida final entre Argentina e Alemanha, no Maracanã, neste domingo e entregará a taça à equipe vencedora do torneio. Dentro do Planalto, a possibilidade de novas ofensas à presidente é dada como certa.